Mercado editorial brasileiro sofreu em 2014 sua maior queda em 10 anos

  • Por Agencia EFE
  • 03/06/2015 23h06

Rio de Janeiro, 3 jun (EFE).- As vendas do setor editorial brasileiro caíram 5,16% em 2014 frente a 2013, seu pior resultado nos últimos dez anos, segundo um estudo divulgado nesta quarta-feira pelo Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL).

O mercado editorial não registrava um resultado tão negativo desde 2004, quando as vendas de livros em nível nacional começaram a ser medidas, segundo o estudo que a SNEL e a Câmara Brasileira do Livro (CBL) encomendaram à Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE).

O faturamento do setor somou cerca de R$ 5,4 bilhões no ano passado, de acordo com o estudo no qual foram consultadas as 733 editoras registradas no Brasil.

Os números indicam que o setor se encaminha rumo a uma recessão, uma vez que as vendas praticamente se estagnaram em 2013 em relação a 2012 e para este ano se prevê uma nova redução.

“As más notícias na economia influem no consumo (de livros). Passamos por dez anos de estabilidade e agora vamos sentir os efeitos da crise. Podemos dizer que enfrentaremos uma recessão devido a que já sabemos que 2015 será ainda mais difícil”, admitiu o presidente do sindicato, Marcos Pereira.

O mal resultado do ano passado foi atribuído principalmente à menor demanda do governo, o principal comprador de livros no país devido a sua política de distribuição gratuita de material didático nas escolas públicas.

Em volumes, o número de exemplares vendidos aos consumidores caiu 0,81% enquanto o dos vendidos ao governo caiu 9,23%.

Segundo o presidente do SNEL, “o mais provável é que as vendas ao governo também se reduzam este ano devido ao ajuste fiscal”.

De acordo com o estudo, o número de exemplares produzidos pelas editoras subiu de 467,8 milhões em 2013 até 501,3 milhões em 2014.

O Brasil produziu no ano passado 90,8 milhões de exemplares de 19.285 livros novos, com o que o número de lançamentos caiu 8,54% frente a 2013.

Quanto às reimpressões, o país produziu em 2014 cerca de 410,5 milhões de exemplares de 41.544 títulos existentes.

Sobre os livros digitais, o estudo revelou que as vendas saltaram de R$ 3,8 milhões em 2012 até R$ 12,7 milhões em 2013 e até R$ 16,7 milhões no ano passado.

As 195 editoras que distribuem livros digitais disseram ter vendido cerca de 1,2 milhão de conteúdos, em um segmento que ainda representa apenas 0,3% de seu faturamento.

Apesar do aumento do mercado digital, as livrarias seguem sendo as principais responsáveis pelas vendas das editoras, com 60% do faturamento, seguidas pelas distribuidoras (21,1%), os vendedores de porta em porta (5,38%), os supermercados (1,62%), as escolas (1,61%), as igrejas (1,43%) e as exportações (1,42%). EFE

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