“Mercosul fracassou”, diz ex-ministro de Economia do Uruguai

  • Por Agencia EFE
  • 23/05/2015 20h04
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Montevidéu, 23 mai (EFE).- O ex-ministro de Economia do Uruguai, Ignacio de Posadas, disse neste sábado que “o Mercosul fracassou”, e por isso o país deve buscar outros mecanismos de abertura econômica fora do bloco regional.

“O Uruguai precisa se abrir. O Mercosul fracassou, e a mim me dói muito porque trabalhei muito nisso, mas é preciso buscar outros mecanismos de abertura”, afirmou à Rádio Monte Carlo o ministro de Economia entre 1992 e 1995, durante a presidência de Luis Alberto Lacalle.

Na quinta-feira a presidente brasileira, Dilma Rousseff, e seu colega uruguaio, Tabaré Vázquez, enviaram uma mensagem muito clara aos seus sócios do Mercosul e exigiram do bloco uma liberdade maior para avançar em acordos comerciais com outros países.

A flexibilização do Mercosul é um velha reivindicação de Uruguai e Paraguai, que até agora encontrava rejeição no Brasil e na Argentina, os outros dois sócios do bloco, ao que se soma a Venezuela, que ainda não participa de negociações comerciais.

Nesse sentido, Posadas, do Partido Nacional, indicou que todos os economistas concordam que a liberdade de comércio favorece as economias e que quanto menor é o país mais o beneficia.

“Todo os países do mundo, menos a Coreia do Norte e o Mercosul, saíram para fazer acordos. Há uma rede enorme de acordos bilaterais e os únicos que não fazem isso somos nós, e estamos nos asfixiando”, manifestou.

O ex-ministro ponderou que uma área em que o Uruguai pode se abrir “com relativa tranquilidade é a dos serviços, por capacitação e potencial”, e olha de modo favorável para o país se somar ao TISA.

O TISA é uma iniciativa aberta a todos os membros da Organização Mundial do Comércio (OMC) interessados em liberalizar mais o comércio de serviços.

O Uruguai expressou em 2013 seu interesse de se unir às conversas e em setembro enviou sua solicitação para participar.

O sindicato uruguaio PIT-CNT é contrário à participação uruguaia no TISA, por considerar que “seria retardatário para a política internacional” do país e que constituiria uma perda de soberania nacional, como declarou em abril seu coordenador, Fernando Pereira. EFE

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