Ministros de Economia e Educação da Guatemala renunciam após escândalo

  • Por Agencia EFE
  • 22/08/2015 22h17
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Guatemala, 22 ago (EFE).- A ministra da Educação da Guatemala, Cynthia del Águila, e o titular de Economia, Sergio De la Torre, renunciaram neste sábado a seus cargos no meio do escândalo de corrupção no qual supostamente está envolvido o presidente do país, Otto Pérez Molina.

“Após o ocorrido ontem, nos sentimos decepcionados e sob os princípios e valores com os quais nos mantivemos no posto nestes quase quatro anos, não podemos continuar”, garantiu De la Torre em entrevista coletiva conjunta com da Águia.

A renúncia de ambos ministros ocorre um dia depois que as autoridades afirmaram que Molina dirigia uma estrutura milionária de corrupção no ente arrecadador de impostos.

A agora ex-ministra de Educação explicou que ambos funcionários já entregaram sua carta de renúncia ao líder.

“Achamos que já não podemos ser parte do gabinete. Nos sentimos traídos e decepcionados”, afirmou a ministra.

“Mas queremos deixar claro que fizemos um trabalho honesto, transparente e pelo qual nos sentimos muito satisfeitos”, acrescentou.

Os dois eram os únicos ministros que permaneciam no gabinete originalmente nomeado por Molina quando tomou posse em seu posto, em 14 de janeiro de 2012.

O titular de Economia lembrou que “não éramos e não somos membros” do governante Partido Patriota (PP) que levou Pérez Molina ao poder e também explicou o motivo pelo qual não renunciaram antes.

“Em 16 de abril o caso foi revelado. Em 24 há um julgamento contra a ex-vice-presidente Roxana Baldetti e em 29 escutamos a versão do presidente e dissemos que não podíamos seguir participando”, relatou De la Torre.

O comissário presidencial para a competitividade, Juan Carlos Paiz, também oficializou sua renúncia na mesma entrevista coletiva.

O Executivo da Guatemala tem em sua estrutura um total de 14 ministérios.

O Ministério Público e a Comissão Internacional Contra a Impunidade na Guatemala (CICIG) revelaram aos líderes da estrutura criminosa em 16 de abril, em um organograma composto por 27 cúmplices entre funcionários e particulares.

Após quatro meses de investigações e análise de documentos confiscados, ambas entidades ordenaram na sexta-feira a captura de Baldetti, internada em um hospital privado, e solicitaram à Corte Suprema de Justiça que retire a imunidade de Molina para processá-lo penalmente.

O porta-voz da presidência, Jorge Ortega, afirmou na sexta-feira que o líder se manterá em seu cargo.

Estas acusações ocorrem em plena campanha eleitoral para o pleito geral de 6 de setembro, quando serão escolhidos 4 mil servidores públicos para o período 2016-2020, incluídos presidente e vice-presidente. EFE

jcm/ff

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