Minoria xiita do Paquistão convoca greve e inicia luto após ataque à mesquita

  • Por Agencia EFE
  • 31/01/2015 09h12
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Islamabad, 31 jan (EFE).- A minoria muçulmana xiita do Paquistão convocou uma greve neste sábado para marcar o início dos três dias de luto nacional pelo atentado contra uma mesquita no sul do país ontem, no qual morreram 58 pessoas e outras 50 ficaram feridas.

Serão organizadas manifestações pacíficas, com bloqueios montados nas ruas. O comércio da província de Sindh, onde ficava a mesquita, ficará fechado como forma de protesto contra a inoperância do governo paquistanês para evitar esse tipo de ataque.

O atentado a bomba ocorreu depois da oração de ontem em uma mesquita de Shikarpur, na província de Sindh. Segundo um médico do hospital para onde foram levadas as vítimas, Ishtiak Noman, 58 pessoas morreram.

No entanto, Noman disse à Agência Efe que vários feridos ainda correm risco de morrer, por isso o número de mortos ainda pode aumentar.

Frente à magnitude do ataque, um dos piores sofridos pela minoria xiita no Paquistão, um porta-voz do partido que representa o grupo, Majlis Wahdat Muslimeen Sheeraz Ameeni, confirmou à Efe o início de três dias de luto nacional em todo país como forma de homenagem aos mortos.

“O terrorismo é um ato de covardia. O que eles acham? Que também somos covardes? É nesse pontos que estão errados”, ressaltou Ameeni.

Emissoras de TV locais, como a “Dawn” e a “Express”, informaram que a greve e os protestos já estão ocorrendo em muitas cidades de Sindh, onde hoje permaneciam fechados pequenos comércios, repartições públicas, escolas e postos de gasolinas.

Segundo a “Express”, a organização Jundullah, vinculada à Al Qaeda, reivindicou a autoria do atentado.

Os atentados, especialmente contra a minoria xiita, que representa 20% da população do Paquistão, aumentaram nos últimos anos no meio da intensificação geral da violência terrorista desde o final de 2012.

A organização americana de direitos humanos Human Rights Watch (HRW) denunciou nesta semana, em seu relatório anual, que a violência sectária no Paquistão, sobretudo contra os xiitas, continua sendo muito grande, com pelo menos 750 mortes entre setembro de 2013 e setembro de 2014.

Em 10 de janeiro, pelo menos cinco pessoas morreram e 18 ficaram feridas em um atentado com bomba diante de outra mesquita xiita em Rawalpindi, cidade próxima à capital, Islamabad.

Em junho de 2013, um atentado em Quetta (oeste) perto de um centro de oração xiita causou a morte de 30 pessoas e deixou outras 60 feridas, enquanto no começo de 2014, três massacres em bairros xiitas das cidades de Quetta e Karachi (sul) causaram mais de 250 mortes. EFE

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