Missionários americanos infectados com virus ebola recebem alta

  • Por Agencia EFE
  • 21/08/2014 15h42

Atlanta (EUA.), 21 ago (EFE).- Os dois missionários americanos que por três semanas receberam tratamento para o vírus ebola em uma sala de isolamento de um hospital de Atlanta (EUA) tiveram alta, anunciou nesta quinta-feira a equipe médica.

Kent Brantly e Nancy Writebol deixaram o hospital depois que ficou determinado que eles já superaram a doença e não representam “um perigo” para a comunidade.

“Após realizar um rigoroso processo de tratamento e testes, a equipe médica determinou que ambos pacientes se recuperaram do vírus ebola e podem voltar para suas famílias e comunidades sem se preocupar em passar o vírus para outros”, disse em entrevista coletiva o diretor médico da Unidade de Doenças Infecciosas do Hospital Universitário de Emory de Atlanta, Bruce Ribner.

O próprio Brantly, de 33 anos, compareceu perante a imprensa minutos após deixar o centro médico, onde recebeu um tratamento experimental nunca antes provado em humanos.

“Estou emocionado de estar vivo e estar bem, e poder voltar a me reunir com minha família”, disse Brantly, que permaneceu internado em uma sala de isolamento especializada do hospital, um dos quatro em todo o país que contam com infraestrutura e equipe para tratar doenças altamente contagiosas.

“Durante as últimas três semanas, vocês foram meus amigos e minha família. Nunca os esquecerei e tudo o que fizeram por mim”, disse o missionário ao pessoal médico que o atendeu.

O médico viajará para um lugar não identificado com sua esposa e filhos, com quem não tinha tido contato direto desde que se deu conta que tinha sido contagiado com a doença há quase um mês.

Por sua parte, Writebol, de 59 anos, foi recebeu alta na terça-feira, embora pediu à equipe médica que não informasse sobre sua saída do centro médico antes da entrevista coletiva de hoje.

“Nossa prioridade é o bem-estar dos pacientes e ela nos pediu para não anunciar”, indicou Ribner, responsável da equipe de cinco médicos e 21 enfermeiras que tratou ambos pacientes.

Brantly e Writebol foram transferidos desde a Libéria até Atlanta em um avião ambulância no início deste mês, repatriação que foi coordenada com agências federais e estaduais, entre elas os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), cuja sede se encontra a poucos metros do Hospital Universitário de Emory.

Ribner expressou sua satisfação pela recuperação dos dois pacientes, os únicos americanos tratados pela doença em solo americano até agora.

Ribner não quis dar detalhes sobre o tratamento que receberam ambos pacientes enquanto estiveram internados no centro médico, indicando razões de privacidade, mas afirmou que estão trabalhando com outras agências e organizações para conhecer as práticas que fizeram com que o tratamento fora bem-sucedido e com isso poder ajudar outros doentes.

Enquanto ainda estavam na Libéria, Brantly e Writebol receberam tratamento com o soro experimental ZMapp que até agora não tinha sido provado em humanos.

“Não posso comentar sobre o tratamento recebido pelos pacientes, mas sabemos que antes de ser transferidos (a Atlanta) receberam um tratamento experimental que não tinha sido usado antes e portanto não podemos saber se foi um fator em sua recuperação”, disse Ribner.

Além dos americanos, o religioso espanhol Miguel Pajares recebeu este remédio, embora tenha falecicod no último dia 12, poucos dias após ser levado a Madri.

Três médicos na Libéria se transformaram nos primeiros africanos a receber uma dose do remédio ZMapp, e, de acordo com reportes oficiais, mostraram “sinais significativas de melhoria”.

A empresa que produz o remédio, Mapp Biopharmaceuticals, indicou recentemente que havia “esgotado” as doses de ZMapp disponíveis.

O surto de ebola que até agora afetou Libéria, Guiné, Serra Leoa e Nigéria causou pelo menos 1.350 mortes, de acordo com as últimas números da Organização Mundial da Saúde (OMS). EFE

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