Moradores de Tianjin se queixam de ardência na pele após primeiras chuvas
Pequim, 19 ago (EFE).- Alguns moradores de áreas próximas ao terminal de contêineres que armazenava produtos químicos, no qual ocorreram duas explosões há uma semana, se queixaram nesta quarta-feira de ardência na pele depois das primeiras chuvas registradas na região do porto de Tianjin.
Segundo o jornal “South China Morning Post”, alguns destes sintomas foram sentidos por voluntários e jornalistas que se encontravam na terça-feira na área, quando houve precipitações.
Um repórter da “Caijing”, uma revista financeira chinesa, disse que sentia queimação nos lábios e nos braços após ficar exposto ontem à chuva, sensação que também afirmaram ter outros moradores, segundo a página de notícias de “Tencent”.
Perante o temor de que as chuvas previstas estes dias possam contribuir para espalhar os restos químicos, especialmente o cianureto de sódio, altamente tóxico e do qual ainda restam centenas de toneladas, as autoridades chinesas pediram à população que “se mantenha afastada” do local do acidente.
“O melhor é manter-se longe do epicentro (das explosões). Não há outra maneira”, disse Bao Jingling, engenheiro chefe do Escritório de Proteção Ambiental de Tianjin, segundo o “South China Morning Post”.
A chuva também provocou uma incomum camada de espuma nas estradas próximas ao epicentro das explosões, algo que Deng Xiaowen, também do Escritório de Proteção Ambiental de Tianjin, considerou “um fenômeno normal que ocorreu com chuvas prévias”.
Até o momento, as autoridades ambientais de Tianjin garantiram que os níveis de contaminação no ar e na água se mantêm em patamares “seguros”.
No entanto, o temor à nocividade dos produtos químicos continua, já que, no caso do cianureto, pode reagir ao contato com água e produzir cianureto de hidrogênio (ácido cianídrico), extremamente prejudicial para a saúde humana.
Pelo menos 3.000 toneladas de produtos químicos perigosos, entre elas 700 de cianureto de sódio, se encontravam no terminal de contêineres quando ocorreram as explosões há uma semana, no dia 12 de agosto.
Apesar da recomendação oficial de manter-se longe da área afetada, alguns proprietários de residências próximas ao local das explosões que foram danificadas continuaram manifestando-se ao ar livre e sob a chuva para pedir indenizações.
“Nossas casas já foram destroçadas, o que mais vamos temer?”, disse um deles ao “South China Morning Post”.
As explosões deixaram, por enquanto, um saldo de 114 mortos, dezenas de desaparecidos (cuja número oficial oscila entre 50 e 70) e 700 feridos. EFE
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