Moradores do porto de Tianjin voltam a protestar contra autoridades
Tianjin (China), 18 ago (EFE).- Moradores do porto de Tianjin cujas casas ficaram destruídas pelas explosões de um terminal de produtos químicos no último dia 12 de agosto voltaram a protestar nesta terça-feira para pedir compensações e maior atenção das autoridades locais.
Dezenas de moradores, em um número um pouco menor que o que se concentrou na segunda-feira, levaram cartazes e fotografias de suas casas destruídas ao hotel Mayfair – onde o governo municipal informa diariamente dos detalhes sobre o acidente – para exigir às autoridades que seus problemas sejam atendidos.
“O governo não nos dá explicações, só nos pede que escolhamos um representante para dirigir as negociações”, declarou à Agência Efe um dos manifestantes, Yang Bolin, cuja casa se encontra a cerca de mil metros da área da explosão e perdeu todas suas portas e janelas.
“As autoridades não nos propuseram por enquanto nenhum plano de compensação, nem nos consolam muito. Nos sentimos desprotegidos”, acrescentou Yang, que também se queixou da pouca atenção dos meios de comunicação a seus problemas.
Os manifestantes, que usavam máscaras por temor de que a explosão de materiais químicos tenha causado problemas ambientais na região onde vivem, também realizaram junto ao hotel uma assembleia improvisada na qual escolheram porta-vozes e analisaram os passos a seguir.
Muitos residentes na área afetada, entre os quais se encontram muitos dos 700 feridos no desastre, se queixam que não tinham conhecimento que o terminal acidentado guardava materiais perigosos.
Também argumentam que muitas casas estavam a menos de um quilômetro da região da explosão, descumprindo os níveis mínimos de segurança.
“Queremos que o governo avalie o estado de nossas casas e vejam se se podemos viver nelas ou não”, ressaltou Yang, que também propôs, como em protestos de dias anteriores, que as autoridades comprem as casas nas quais temem que ninguém queira viver.
Alguns destes manifestantes receberam ofertas de indenizações iniciais de 2.000 iuanes (pouco mais de US$ 300), mas não as aceitaram, temerosos que após isso não possam ter outras compensações.
As explosões no distrito portuário deixaram 114 mortos e 59 desaparecidos, segundo os números provisórios. EFE
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