MSF alerta da saturação de seus centros para doentes de ebola na Guiné
Dacar, 10 out (EFE). – A organização Médicos Sem Fronteiras (MSF) alertou sobre o risco de saturação dos centros de amparo a pacientes contagiados pelo vírus do ebola em Conacri, como consequência de um aumento repentino de casos nos últimos dias na capital guineana.
“Enquanto o mês de julho parecia pressagiar o fim da epidemia na Guiné, mais de 185 pacientes, 85 deles confirmados, estão sendo atendidos nos dois centros de casos ebola da MSF no país”, lamentou a organização em comunicado publicado nesta sexta-feira no portal de notícias “Aminata.com”.
O Donka Hospital, situado no centro de Conacri, recebeu na segunda-feira passada 22 pacientes, 18 deles procedentes da região de Coyah, situada a, aproximadamente, 50 quilômetros ao leste da capital. Este grande aumento no número de casos ameaça saturar os hospitais da MSF na Guiné, já que as instalações “alcançaram seus limites físicos”.
A MSF ressaltou, além disso, o “grande número de crianças” afetadas, que requerem atendimento especial dos médicos. Segundo Stephane Hauser, responsável da MSF em Donka, há sérios motivos para temer um transbordamento dos centros, dado que foram registradas três cadeias de contágio em quatro bairros de Conacri.
“Desde o princípio, nos fomos adaptados de aumentar os limites”, explicou Hauser, que admitiu que as possibilidades de ampliar o espaço estejam chegando ao fim.
O vírus do ebola provocou um verdadeiro caos na população guineana, que, após rejeitar inicialmente a existência real da doença, começou a dar maior atenção às campanhas de sensibilização e informação, conforme relatou “Aminata.com”.
Segundo os últimos dados publicados pela Organização Mundial da Saúde (OMS), o ebola causou 768 mortos na Guiné, do total de 1.298 casos registrados. O país mais afetado é a Libéria, com 2.210 mortos de 3.924 casos; seguido de Serra Leoa com 879 mortos de 2.789 casos. A Nigéria contabiliza oito mortos de 20 casos. No Senegal há apenas um caso. EFE
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