Não há mais risco de crise institucional quando a presidente critica o golpe de 1964

  • Por Jovem Pan - Brasília
  • 01/04/2014 15h00
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Dilma Rousseff faz discurso nos 50 anos do Golpe Militar; assista abaixo

Reprodução/Youtube Dilma Rousseff faz discurso nos 50 anos do Golpe Militar

Dilma disse em discurso dos 50 anos do Golpe civil-militar de 1964 (que pode ser visto abaixo) que, por 21 anos, nossas liberdades e sonhos foram calados. O comentarista Jovem Pan Fernando Rodrigues analisa o discurso da presidente e dá o seu parecer do impacto político do mesmo.

O mais importante do discurso, diz Fernando, é que ele teve um “impacto exclusivamente simbólico e político, nada mais”. “E essa é uma excelente notícia para todos nós, brasileiros”, avalia o jornalista.

Há os que vão considerar a fala da presidente um despautério porque ela foi uma guerrilheira que lutou contra a Ditadura. Outros vão achar que ela foi amena, e deveria rever a lei de anistia, para tentar promover a prisão e condenação de torturadores daquela época.

Esse golpe de Estado de 31 de março de 1964 há 50 anos ainda provoca muitas reações intepestivas e muitas reações apaixonadas, diz Fernando. Foram 21 anos de ditadura e agora já são 29 anos de democracia civil. Neste ano, o Brasil terá sua sétima eleição direta consecutiva para presidente, algo inédito na via do País.

O Datafolha mostrou que 62% dos brasileiros apoiam a democracia e consideram-na a melhor forma de governo. No final da década de 1980, apenas 43% achavam que a democracia era o melhor regime.

“Enfim, houve muitos avanços, consolidação de valores democráticos e, é claro, que o Brasil ainda é um País muito pobre, injusto e cruel com parte da população; há que avançar”, afirma. “Mas,m se há algo que o brasileiro, todos nós fizemos muito bem até agora foi entrar numa estrada democrática. E o discurso da presidente Dilma Rousseff de ontem é parte disso: não há mais risco de crise institucional quando uma presidente da república fala de maneira crítica do golpe de 1964”, diz Fernando Rodrigues.

“E isso é bom para todos nós, porque mostra um País mais maduro e pronto para enfrentar novos desafios”, finaliza.

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