Normalidade volta aos poucos no norte do Chile após terremoto

  • Por Agencia EFE
  • 02/04/2014 14h24

Paulina Modiano.

Santiago (Chile), 2 abr (EFE).- As principais cidades do norte do Chile recuperam paulatinamente nesta quarta-feira a normalidade de suas atividades, após o terremoto de 8,2 graus de magnitude na escala aberta de Richter que sacudiu a região e provocou um alerta de tsunami em toda a costa do país.

“Os organismos institucionais, tanto da Intendência quanto do exército, operaram com muita solidez e rapidez nesta emergência”, disse o subsecretário do Interior, Mahmoud Aleuy, após chegar nesta manhã à cidade de Iquique, a 1.857 quilômetros ao norte de Santiago.

Aleuy informou que em poucas horas estarão em funcionamento “uma parte muito importante dos serviços básicos” interrompidos por conta do terremoto e que seriam normalizados a conexão por estrada e os sistemas de telecomunicações.

O terremoto, que aconteceu às 20h46 da terça-feira (mesmo horário em Brasília) com epicentro no mar, 89 quilômetros ao sudoeste de Cuya, na costa da região de Tarapacá, causou grande alarde na população e a morte de seis pessoas por esmagamento, queda e infarto.

Grande parte da população teve que passar a noite em acampamentos ou em refúgios nas zonas altas das cidades, para manter-se afastadas do litoral uma vez que se deu o alerta de tsunami, que se levantou de madrugada. Apesar do menor risco, em todas as localidades litorâneas do Chile as aulas de hoje foram suspensas.

Em diversos pontos do litoral houve durante a noite ondas de até 1,8 metros de altura, mas que não causaram uma maior destruição nem deixaram vítimas, já que a grande maioria dos habitantes das regiões afetadas tinha atendido as ordens de evacuação.

“O balanço que nós temos é positivo de todos os pontos de vista e o que nos interessa agora é a normalidade do funcionamento da cidade”, enfatizou Aleuy.

O subsecretário do Interior chegou ao norte do país algumas horas antes de a presidente, Michelle Bachelet, que foi para a região com alguns de seus ministros para avaliar os danos e estudar as medidas que devem ser adotadas pelo governo.

Até às 7h (mesmo horário em Brasília) mais de 60 réplicas de distintas intensidades tinham sido registradas no norte do país. Espera-se que atividades sísmicas persistam na área por vários meses, destacaram especialistas em Sismologia.

No entanto, alguns especialistas adiantaram suas análises das características do terremoto, e disseram que não é “já não é tão provável” que aconteça um terremoto muito maior, de uma magnitude de 9 graus, nas regiões do norte do Chile onde se produziu uma “lagoa sísmica” de 137 anos.

O diretor do Centro Sismológico Nacional, Sergio Barrientos, sustentou que “é provável” que um grande terremoto nessa região “possa ser descartado”. O esperado é que novos terremotos de magnitude similar a de ontem ocorram até que terminem de liberar a energia acumulada no subsolo.

Contrariamente ao ocorrido no terremoto de fevereiro de 2010, de 8,8 graus Richter e que afetou o centro sul do Chile, desta vez não houve grandes danos materiais em casas e estradas.

Também não foram registrados tumultos nem saques de lojas. O fato mais marcante neste sentido foi a fuga de mais de 300 presas durante a transferência de uma prisão de Iquique para uma zona de segurança. De acordo com as autoridades locais, na manhã de hoje cerca de 100 delas já tinham sido recapturadas ou retornado voluntariamente a penitenciaria, enquanto as outras ainda não tinham sido localizadas.

O governo informou também que os comitês de operações de emergência continuam o trabalho, e que estão disponíveis para a população afetada todos os meios disponíveis do Sistema Nacional de Defesa Civil. EFE

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