Nos EUA, republicanos se opõem a acordo nuclear com o Irã

  • Por Agencia EFE
  • 14/07/2015 13h47

Washington, 14 jul (EFE).- Os principais nomes republicanos se opuseram em bloco ao acordo nuclear firmado nesta terça-feira entre os Estados Unidos, os outros membros do Grupo 5+1 e o Irã, com vozes como as do senador e pré-candidato presidencial Lindsey Graham, que comparou o pacto a “uma declaração de guerra contra Israel”.

Graham, que é uma das principais vozes do Legislativo nas Relações Exteriores, afirmou que o acordo com o Irã para limitar seu programa nuclear é “perigoso” e “equivalente a uma declaração de guerra contra Israel e os árabes sunitas”.

“Minha impressão inicial é que o acordo é muito pior do que jamais teria imaginado e será um pesadelo para a região, para a segurança nacional e eventualmente para todo o mundo”, disse o senador após saber do histórico pacto.

O presidente da Câmara dos Representantes, John Boehner, considerou “inaceitável” o acordo que visa limitar o programa atômico iraniano e a suspensão das sanções sobre o Irã.

Para ele, o presidente americano, Barack Obama, abandonou sua intenção inicial de obter um “bom acordo” que incluísse o desmantelamento permanente da infraestrutura nuclear iraniana.

“O acordo dará bilhões de dólares ao Irã em alívio econômico pela suspensão de sanções, além de tempo e espaço para superar o umbral que o permita produzir uma bomba nuclear”, explicou Boehner.

O acordo fechado nesta terça-feira em Viena entre Irã, EUA, China, França, Reino Unido, Rússia e Alemanha, contempla o fim das sanções em troca de uma redução significativa do poder de enriquecimento de urânio e produção de plutônio do Irã.

A variável que dominou esses meses de longas e detalhadas negociações é o prazo em que o Irã poderia superar o umbral tecnológico para obter material para uma bomba nuclear, que agora se estima em poucos meses, mas que com o acordo passará a um ano.

Além disso, o regime xiita dos aiatolás, que rivaliza na região com a Arábia Saudita e outras nações de maioria sunita, deverá permitir o acesso de inspetores internacionais a suas instalações nucleares, que não serão desmanteladas sob este acordo.

O senador e também pré-candidato à presidência Marco Rubio disse que Obama negociou o tempo todo “em uma posição de fraqueza, dando concessões após concessões a um regime que tem sangue americano em suas mãos” – segundo cálculos do Pentágono, 500 soldados americanos morreram por ações promovidas pelo Irã desde a guerra do Afeganistão.

“Será responsabilidade do próximo presidente devolver os Estados Unidos a uma posição de força e reimpor sanções contra este desprezível regime”, declarou Rubio.

O chefe da maioria republicana do Senado, Mitch McConell, lamentou que com este acordo os EUA tenham “perdido a oportunidade de desmantelar o programa nuclear iraniano”.

Outro pré-candidato republicano à presidência, o governador de Nova Jersey, Chris Christie, – com fortes vínculos com o lobby conservador judeu-israelense -, afirmou nesta terça-feira que os EUA deveriam ter se retirado das conversas com o Irã, já que o acordo desencadeará uma corrida nuclear no Oriente Médio. EFE

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