Nova rodada negociadora entre Irã e G5+1 começa hoje em Genebra
Genebra, 22 fev (EFE).- O Irã e os seis países que formam o Grupo 5+1 começarão neste domingo em Genebra uma nova rodada de dois dias de negociações sobre o programa nuclear iraniano, a pouco mais de um mês do final do prazo para alcançar um acordo político que deixe tempo para fechar um acordo técnico no final de junho.
O ritmo das conversas técnicas se acelerou nos últimos meses, particularmente entre as equipes do Irã e Estados Unidos, os atores centrais deste processo e sobre os quais pesa, aos olhos da comunidade internacional, a maior responsabilidade.
O secretário de Estado americano, John Kerry, chegará hoje a Genebra – após visitar Londres – para incorporar-se à rodada, na qual participa pela primeira vez o secretário de Energia americano, Ernest Moniz, físico nuclear de formação.
A presença de ambos altos responsáveis dá a esta sessão negociadora um significado particular e Kerry a justificou ontem pelo fato de que “as conversas são muito técnicas” e “estamos empurrando para chegar a um acordo em alguns assuntos muito difíceis”.
Kerry assegurou que “era necessário e apropriado poder ter nossa gente técnica sentada com a outra parte técnica ao mais alto nível para resolver qualquer diferença que possa existir”.
Pelo Irã, a delegação estará presidida pelo ministro das Relações Exteriores, Javad Zarif, à frente das negociações desde que estas começaram há mais de um ano.
A confirmação em Teerã de que nesta rodada participaria o diretor da Organização de Energia Atômica do Irã, Ali Akbar Salehi, convenceu à equipe americana da necessidade de pedir a Moniz que também participasse dela.
Estas conversas são completadas por analistas dos demais países do G5+1: Reino Unido, China, Rússia e França, mais a Alemanha.
Zarif e Kerry se reuniram várias vezes desde o início do ano em distintas capitais europeias para acelerar e criar as condições propicias para um acordo político, que as partes concordam que deve ser alcançado até o final de março para que os detalhes técnicos sejam referendados quando se cumpra o prazo final, que expira em 30 de junho.
Entre os pontos que permanecem abertos está o número de centrífugas para o enriquecimento de urânio que o Irã pode manter em funcionamento e quanto urânio enriquecido (a um nível muito inferior ao necessário para fabricar uma bomba nuclear) poderá armazenar.
O programa nuclear iraniano foi descoberto há mais de uma década e foi a origem de uma hostilidade permanente, que chegou, em algumas ocasiões, a ameaças do uso da força.
Frente a todas as pressões, o governo de Teerã defendeu seu direito a desenvolver tecnologia nuclear com fins pacíficos.
No entanto, o Ocidente duvidou desde o início dessas declarações, perante o temor de que o Irã queira alcançar um nível de desenvolvimento nuclear suficiente para produzir uma bomba atômica.
Por isso, a intenção é que, no marco das atuais negociações, se estabeleça detalhadamente que tipo de pesquisas e desenvolvimento relacionado com o enriquecimento o Irã poderá realizar daqui em diante.
Além disso, está pendente determinar qual será o futuro de um reator de água pesada que poderia produzir plutônio, equivalente ao urânio em seu potencial uso para armamento nuclear. EFE
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.