O alcance da agitprop russa em tempo real

  • Por Caio Blinder/Jovem Pan
  • 29/09/2017 10h30 - Atualizado em 29/09/2017 10h35
Domínio Público Domínio Público A intensidade da agitprop russa na Internet sempre impressiona

A eleição americana de 2016 já é história, mas segue presente o tipo de ataque desferido pela agitprop russa nas redes sociais para influenciar o desfecho, basicamente prejudicar a candidata democrata Hillary Clinton ou dividir ainda mais os americanos.

Esta semana esteve pontilhada de exemplos em que usuários, alguns russos, outros não, continuaram a tentar usar o Facebook, Twitter e outras plataformas para acirrar as divisões entre os americanos.

O senador republicano James Lankford mostra o exemplo no atual debate entre americanos sobre livre expressão e protestos na NFL, a liga de futebol americano, em que jogadores querem chamar a atenção para brutalidade policial.

Eles fazem o protesto se ajoelhando durante a execução do hino nacional. O presidente Trump tem ido à carga para denunciar o protesto como antipatriótico.

Em uma audiência no Senado, o senador Lankford disse que existe uma profusão de operadores russos na Internet, promovendo hashtags e campanhas a favor e contra os jogadores de futebol americano. A ideia é tomar partido dos dois lados para aumentar o ruído na discussão.

Este modo de operação da inteligência russa ficou flagrante no ano passado com a infiltração no Facebook. Houve vazamento de informações e também compra de publicidade no Facebook com o objetivo de estimular os assuntos mais controvertidos, além da disseminação de desinformação.

Agora são as revelações de que a penetração russa no Twitter na campanha eleitoral foi mais profunda do que se calculara. A empresa anunciou na quinta-feira que encontrou 201 contas vinculadas à possível interferência russa na eleição de 2016

Os anúncios do Facebook conectaram as operações russas a apoio de adversários de Hillary Clinton, como seu desafiante no Partido Democrata, Bernie Sanders, a candidata verde Jill Stein e o próprio Donald Trump.

A intensidade da agitprop russa na Internet sempre impressiona. Há agora o exemplo inquietante do que se passa na seção de comentários na rede pública de rádio nos EUA, a NPR.

Os textos na sua página de Facebook sobre campanha eleitoral alemã e a vinda de refugiados ao país geraram uma avalanche de comentários furiosos contra a primeira-ministra Angela Merkel e refugiados sírios “arruinando” a Alemanha.

A rádio concluiu que as contas no Facebook dos furiosos leitores eram suspeitas. A NPR reportou as contas para o Facebook e elas foram canceladas.

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