Obama abre portas a ampliar ajuda militar a Israel apesar de tensão sobre Irã

  • Por Agencia EFE
  • 05/08/2015 17h59

Washington, 5 ago (EFE).- O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse nesta quarta-feira que está “preparado para conversar” sobre uma ampliação da ajuda militar a Israel, mas criticou o governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu por ser o único do mundo a não apoiar publicamente o acordo nuclear com o Irã.

“Deixei claro ao governo israelense que estamos preparados para conversar sobre como podemos aprofundar nossa cooperação (no setor de defesa)”, disse Obama em um discurso feito na American University de Washington, focado na defesa do pacto com o Irã.

“Já mantivemos conversas para concluir outro plano de dez anos para a assistência americana em segurança a Israel. Podemos ampliar o apoio em áreas como defesas de mísseis e na troca de informação”, acrescentou o presidente.

Obama afirmou que um Irã com armas nucleares seria muito mais perigoso para Israel, para os EUA e para o mundo do que um país que apenas se beneficia do relaxamento das sanções econômicas.

“Todos os governos que fizeram comentários públicos sobre o acordo o apoiaram, com exceção do israelense”, criticou o líder americano sobre o pacto nuclear firmado entre os iranianos e o Grupo 5+1 (EUA, Rússia, China, Reino Unido, França, mais Alemanha).

“Reconheço que o primeiro-ministro (Benjamin Netanyahu) não está em absoluto de acordo. Não duvido que isso seja sincero, mas acredito que ele está errado. Todos os fatos apoiam o acordo”, indicou Obama.

“Como presidente dos EUA, eu estaria descumprindo com meu dever constitucional se atuasse contra algo que julgo como o melhor, simplesmente por causa de um atrito temporário com um aliado e amigo querido. Não acho que isso seja o correto nem para nós nem para Israel”, completou Obama.

O secretário de Defesa dos EUA, Ashton Carter, visitou Israel no fim de julho para tentar amenizar as inquietações de Netanyahu sobre o acordo nuclear com o Irã.

O primeiro-ministro de Israel classificou o pacto, que dá início ao processo de suspensão das sanções internacionais contra o Irã, como “um erro histórico” e alertou que Teerã “verá o caminho livre para desenvolver armas nucleares”.

EUA e Israel devem começar nos próximos meses as negociações para renovar o acordo de cooperação estratégica entre os dois países. O atual vínculo, assinado em 2007, vence daqui dois anos.

Comandantes militares israelenses reconheceram recentemente que elaboraram nos últimos meses uma lista de pedidos especiais ao EUA. Eles esperam que, dadas as novas circunstâncias após o acordo com a República Islâmica, as solicitações sejam atendidas.

Os americanos também se mostraram dispostos a aumentar a cooperação em matéria de segurança com os países do Golfo Pérsico, que temem que o acordo com o Irã ameace a liderança na região. EFE

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