Obama promete “alívio modesto” de sanções ao Irã a partir de 20 de janeiro
Washington, 12 jan (EFE).- O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, celebrou neste domingo como um “avanço concreto” o anúncio de que o pacto entre as potências do grupo 5+1 e o Irã será aplicado a partir do próximo dia 20 e prometeu um “alívio modesto” das sanções se Teerã mantiver seus compromissos sob o acordo.
Em comunicado, Obama deu as boas-vindas ao “grande passo” anunciado hoje pela chefe da diplomacia da União Europeia (UE), Catherine Ashton, sobre a data de aplicação do pacto alcançado em novembro entre Irã e o 5+1 (formado por Estados Unidos, França, Reino Unido, China e Rússia, além da Alemanha).
“Em troca, nos próximos seis meses os Estados Unidos e nossos aliados do grupo 5+1 começaremos a implementar um alívio modesto (de sanções) desde que o Irã cumpra suas obrigações e enquanto buscamos uma solução integral para o programa nuclear do Irã”, indicou Obama.
“Não tenho ilusões sobre o quão difícil será atingir este objetivo, mas pelo bem de nossa segurança nacional e pela paz e segurança no mundo, é hora de dar à diplomacia uma oportunidade de triunfar”, argumentou.
O governante destacou que a decisão de hoje de implementar o acordo “representa pela primeira vez em uma década que a República Islâmica do Irã decidiu tomar ações específicas que contenham o avanço de seu programa nuclear e voltem atrás em partes essenciais” do mesmo.
O pacto assinado em novembro obriga o Irã a suspender parcialmente seu programa nuclear em troca da suspensão de algumas sanções, além do compromisso do G5+1 de não impor novas medidas restritivas durante um prazo de seis meses.
Apesar do alívio limitado do regime internacional de sanções ao Irã, os Estados Unidos continuarão “implementando de forma vigorosa” seu marco geral de sanções, sem eliminar algumas das mais restritivas, lembrou Obama.
“E se o Irã fracassar na hora de cumprir seus compromissos, atuaremos para aumentar nossas sanções”, alertou.
Obama lançou uma advertência ao Senado, onde uma lei para aumentar as sanções ao Irã conseguiu quase todos os apoios necessários para sua aprovação, apesar da oposição da Casa Branca.
“Impor mais sanções agora só faria com que nos arriscássemos a descarrilar nossos esforços para resolver este assunto de forma pacífica, e vetarei qualquer legislação que aprovar novas sanções durante a negociação”, ressaltou.
Os senadores que promoveram a legislação podem evitar o veto presidencial se conseguirem aprovar o projeto de lei com 67 votos a favor, um objetivo para o qual precisam de mais 8 votos, e conseguirem uma maioria similar na Câmara dos Representantes.
No mesmo sentido de Obama se pronunciou o secretário de Estado de EUA, John Kerry, em outro comunicado.
“Demos um passo crítico e significativo para conseguir uma resolução verificável que evite que o Irã obtenha uma arma nuclear”, afirmou Kerry, que também fez a mesma advertência ao Congresso.
“Agora não é hora de impor novas sanções que poderiam ameaçar todo o processo de negociação. Não é hora de fazer política. É a hora de agir como estadistas, pelo bem de nosso país, a região e o mundo”, frisou, apesar de reconhecer que as negociações com o Irã serão “muito difíceis”. EFE
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