OEA sugere participação de “atores externos”, mas da América, na Venezuela

  • Por Agencia EFE
  • 22/02/2014 14h24
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Santiago do Chile, 22 fev (EFE).- O secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), José Miguel Insulza, sugeriu neste sábado a intervenção de “atores externos” na Venezuela para tentar diminuir a tensão dos protestos dos últimos dias.

Em carta ao jornal chileno “La Tercera”, Insulza destacou que são os venezuelanos que devem chegar a um acordo para superar seus problemas, mas sem isso não é possível, se se pode recorrer à mediação externa.

“Se já não há confiança em ninguém, nem instituições nem pessoas que garantam uma postura igualitária e não comprometida, talvez recorrer a atores externos, provenientes de nossa própria América e designados em comum, seja uma alternativa possível”, sustentou o chileno.

“Não esqueçamos que os capítulos mais tristes da história recente de alguns de nossos países começaram com eventos como os que hoje vemos na sociedade venezuelana”, acrescentou Insulza, que adiantou que a OEA não realizará sanções “que aprofundem a divisão” nem rejeitará “o protesto legítimo” dos venezuelanos.

“Pode-se esperar de nós uma defesa incondicional dos direitos humanos, da liberdade de expressão, defesa da institucionalidade e do Estado de direito”, acrescentou o chileno, que disse que não se pode classificar o governo de Nicolás Maduro de “ditadura” nem à oposição de “fascista”.

Venezuela vive há vários dias manifestações que em alguns pontos geraram confrontos entre forças de segurança e grupos violentos que protestam contra as políticas do governo, com um saldo de oito mortos, dezenas de feridos e de detidos.

O secretário-geral da OEA considerou que existem na Venezuela “causas reais” que explicam os protestos dos estudantes e a oposição, como a “difícil situação econômica”, a inflação, o desabastecimento e o aumento da criminalidade.

“O radicalismo do confronto é visível nas posturas de todos os atores”, ressaltou Insulza, que sustentou que todos os grupos intensificam a tensão, “alguns pedindo pela queda de um governo recém-eleito e outros minimizando uma oposição que obteve uma grande quantidade de votos”. EFE

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