OMS estuda oito tratamentos e duas vacinas para dar fim ao vírus ebola

  • Por Agencia EFE
  • 04/09/2014 16h07

Genebra, 4 set (EFE).- A Organização Mundial de Saúde (OMS) propôs nesta quinta-feira que especialistas do mundo inteiro analisem oito tratamentos e duas vacinas experimentais como possíveis alternativas de combate ao ebola.

Cerca de 150 médicos e cientistas, de várias especialidades, começam hoje uma reunião de dois dias em Genebra, na Suíça, sobre tratamentos potenciais para a doença.

Também participam do encontro representantes de farmacêuticas, entidades reguladoras e dos países afetados pelo último surto de ebola no leste da África.

A OMS disponibilizou um resumo das pesquisas feitas sobre esses remédios e vacinas experimentais para os participantes. Constam informações como os avanços registrados em cada caso, a segurança e a viabilidade de uso nas condições atuais.

A lista foi elaborada após um estudo dos experimentos já realizados, que avaliou os efeitos potenciais dos produtos in vitro e em animais.

Entre os medicamentos está o Zmapp, uma combinação de anticorpos obtidos a partir de ratos e humanos. Sua segurança ainda não foi provada, embora não tenham sido reportados problemas nas poucas doses aplicadas até agora em estrangeiros que contraíram o vírus em Serra Leoa e na Libéria, onde o medicamento também foi dado a uma enfermeira e dois médicos locais.

No documento que entregou aos especialistas, a OMS menciona que poderia ser feito um esforço para produzir centenas de doses desse tratamento até o fim do ano.

Outra possível solução estudada é um “plasma convalescente”, que sugere que a transfusão de sangue de sobreviventes de ebola pode ajudar a prevenir e até mesmo tratar a doença em outras pessoas.

No entanto, a OMS disse que “os resultados dos estudos são difíceis de se interpretar”. A medida só é considerada segura se as regras de gestão do banco de sangue forem rígidas e adequadas.

Os primeiros lotes deste produto poderiam estar disponíveis também no final deste ano.

A terceira opção é uma globulina hiperimune, obtida através da purificação e concentração de plasma de animais ou pessoas previamente infectadas, um método muito utilizado contra outros agentes infecciosos em humanos. Mas sua produção em grande escala não seria possível antes da metade de 2015.

Outras alternativas são o TCM-100802 e o AVI-7537, que tiveram efetividade em macacos quando administrados logo após a infecção. Mas o remédio causou também de efeitos colaterais (como dor de cabeça, enjoos e aumento de ritmo cardíaco) em voluntários que usaram algumas doses.

A Agência Reguladora de Medicamentos nos Estados Unidos (FDA) autorizou o uso emergencial do TCM, com potencial de produção de 900 doses até o início de 2015, quando também se poderia contar com o AVI, segundo a OMS.

Os antivirais Favipiravir, Interferon e o BCX-4430 são os outros três remédios na lista proposta aos cientistas. Os dois primeiros já são utilizados para tratar outras doenças, embora em dose menor às que se acredita ser necessária para curar o ebola.

Das duas vacinas mencionadas pela OMC, uma já é administrada em pessoas para outras doenças e funcionou em primatas inoculados com doses letais do vírus do ebola.

Está previsto que os testes em humanos dessa vacina comecem neste mês nos Estados Unidos, sendo possível produzir cerca de 15 mil doses ainda este ano. EFE

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