OMS pede aumento de vacinação contra sarampo para grupos de risco
Copenhague, 25 fev (EFE).- O Escritório Regional para a Europa da Organização Mundial da Saúde (OMS) pediu nesta quarta-feira o aumento “de forma imediata” da vacinação contra o sarampo nos grupos de risco, como crianças, por conta dos surtos surgidos no continente.
Sete países europeus notificaram 22.149 casos desta doença entre 2014 e este ano, o que ameaça o objetivo de eliminar o sarampo na Europa no final de 2015, lembrou em comunicado a OMS, que fez uma chamada aos governos, empregados da área de saúde e aos pais.
Os casos na região reduziram 96% nas duas últimas décadas, daí o “desconcerto” pelos últimos números e a necessidade de uma resposta coletiva sem demora para acabar com “as brechas de imunização”, disse Zsuzsanna Jakab, diretora do escritório regional, com sede em Copenhague.
“É inaceitável que depois dos esforços dos últimos 50 anos para ter disponíveis vacinas seguras e efetivas, o sarampo siga tirando vidas, custando dinheiro e tempo”, afirmou Jakab.
Dos casos contabilizados, a maior parte correspondentes ao vírus D8, quase um terço (7.477) são do Quirguistão, seguidos por Bósnia (5.340), Rússia (3.247), Geórgia (3.291), Itália (1.674), Alemanha (583) e Cazaquistão (537).
A causa dos novos surtos é que há grupos de pessoas não imunizadas ou com baixa imunização, sobretudo pelo crescente número de pais que rejeitam vacinar seus filhos ou têm problemas para ter acesso às vacinas, aponta a OMS.
As viagens podem, além disso, aumentar o risco de exposição ao vírus e sua propagação em povoações não vacinadas.
“A prioridade agora é controlar os surtos atuais nos países afetados através de atividades imunizadoras dirigidas ao povo em risco”, disse Nedret Emiroglu, responsável do departamento de doenças contagiosas.
Todos os países “sem exceção” devem, além disso, manter um “muito alto nível” de vacinações contra o sarampo para que não haja os surtos e a doença possa ser eliminada.
Entre as medidas propostas pela OMS figuram a melhora do controle para detectar e investigação de todos os possíveis casos, fazer análise e identificar as cadeias de transmissão com rapidez e divulgar informação “de alta qualidade e baseada em evidências” sobre os riscos e benefícios da vacinação.
A morte de uma criança de um ano e meio por sarampo em 18 de fevereiro em Berlim, o primeiro caso mortal na Alemanha, reabriu o debate sobre a necessidade de implementar a vacinação obrigatória neste e em outros países.
A capital alemã registrou desde o começo de janeiro cerca de 450 casos de sarampo, número que ultrapassa de todo o ano passado no conjunto do país. EFE
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