ONG pede que manifestantes na Tailândia não obstruam as eleições

  • Por Agencia EFE
  • 28/01/2014 04h29
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Bangcoc, 28 jan (EFE).- A organização Human Rights Watch (HRW) pediu nesta terça-feira que os manifestantes na Tailândia acabem com sua campanha de obstrução da votação para que não surjam novas ondas de violência durante as eleições gerais, previstas para o próximo domingo.

“Os manifestantes reivindicam que lutam contra a corrupção e pela necessidade de reformas, mas isso não justifica o uso da força e a intimidação para bloquear as votações. Impedir o voto da população é uma demonstração grave de desprezo pelos direitos básicos dos eleitores e os princípios democráticos”, declarou Brad Adams, diretor da HRW na Ásia.

No domingo passado, centenas de manifestantes bloquearam o acesso a várias zonas eleitorais em Bangcoc e nas províncias do sul da Tailândia durante o dia de votação antecipada para as eleições gerais do próximo dia 2 de fevereiro.

Pelo menos 440 mil pessoas de um total de 2 milhões que estavam aptas a votar antecipadamente não puderam depositar sua cédula nas urnas, segundo os dados da Comissão Eleitoral.

A HRW expressou em comunicado sua “profunda preocupação” que os protestos que reivindicam o adiamento das eleições levem a mais enfrentamentos entre os manifestantes da oposição e grupos favoráveis ao governo.

Pelo menos uma pessoa morreu e cerca de dez ficaram feridas em Bangcoc durante uma troca de tiros entre manifestantes e supostos “camisas vermelhas”, seguidores do partido governamental, quando os antigovernamentais se dirigiam para negociar o fechamento de um colégio eleitoral no distrito de Bang Na.

“Os líderes dos diferentes grupos têm que controlar seus partidários, ordenar o fim dos ataques, e negociar uma solução política que respeite os princípios democráticos antes que a situação se deteriore ainda mais”, opinou o diretor da HRW.

O líder dos protestos, o ex-parlamentar Democrata Suthep Thaugsuban, afirmou no último sábado durante um comício que o responsável pela morte de seu companheiro seria um pistoleiro de nacionalidade cambojana.

No entanto, o porta-voz do Conselho de Ministros do Camboja, Phay Siphan, rejeitou ontem as acusações e afirmou que nenhum cambojano está envolvido nos ataques na Tailândia.

O vice-diretor da HRW na Ásia, Phil Robertson, se mostrou “preocupado” com as afirmações de Suthep e as qualificou como “escandalosas e irresponsáveis”, já que essas palavras poderiam gerar incidentes violentos “contra imigrantes cambojanos” no país, escreveu no Twitter.

Desde que começaram as manifestações em novembro de 2013 foram registrados mais de 30 ataques contra manifestantes, membros do Partido Democrata (oposição), acampamentos e passeatas antigovernamentais, segundo o comunicado da organização não governamental. EFE

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