ONU aposta em dar tempo para israelenses e palestinos voltarem a negociar
Nações Unidas, 20 mai (EFE).- A ONU anunciou nesta terça-feira que dará tempo para israelenses e palestinos antes de tentar retomar as negociações de paz, após o fracasso da última tentativa liderada pelos Estados Unidos.
“Não podemos apressar às partes a voltar à mesa (de negociação) sem ter os parâmetros adequados”, manifestou o secretário-geral adjunto para Assuntos Políticos, Óscar Fernández-Taranco.
O diplomata argentino, em um discurso perante o Conselho de Segurança, defendeu que a “atual pausa nas negociações permite as duas partes considerar os próximos passos” e “construir” sobre a base do último processo impulsionado pelos Estados Unidos, que foi finalizado sem acordos no final de abril.
As conversas, que se prolongaram durante nove meses, começaram a declinar após a decisão de Israel de evitar a libertação de alguns presos palestinos, prometida logo início do diálogo.
Por conta desse descumprimento, a Autoridade Nacional Palestina (ANP) respondeu com a assinatura da solicitação de adesão a 15 tratados e organismos internacionais, pedido que o governo israelense criticou e interpretou como um movimento unilateral.
Além disso, cinco dias antes da data limite para a rubrica de um acordo, o movimento nacionalista Fatah e o grupo islamita Hamas assinaram um acordo de reconciliação nacional, que inclui a formação de um governo transitório e a convocação de eleições, fato que fez com que Israel suspendesse as negociações.
Fernández-Taranco destacou que, apesar das “preocupantes tendências” no terreno e da “retórica pouco útil” de alguns, as partes conseguiram evitar um possível aumento das tensões.
O responsável da ONU informou aos membros do Conselho de Segurança os últimos acontecimentos na região e, entre outras coisas, pediu a Israel uma investigação sobre as últimas mortes de civis palestinos pelas mãos de suas forças de segurança.
Ao Hamas, após a recente pena de morte aplicada contra dois homens acusados de espionagem, ele pediu uma moratória das execuções em Gaza.
Em relação ao futuro, Fernández-Taranco ressaltou que, “sem um horizonte político crível” no processo de paz, este estará em perigo, assegurado que a ONU segue comprometida para “pôr fim à ocupação” israelense e estabelecer um Estado palestino que viva em paz e segurança junto ao seu vizinho.
“É de responsabilidade das duas partes não empreender medidas unilaterais que compliquem os esforços para voltar às negociações”, finalizou Fernández-Taranco . EFE
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