ONU critica leis homofóbicas em vários países e alerta sobre seus efeitos
Nações Unidas, 16 mai (EFE).- A administradora do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), Helen Clark, criticou nesta sexta-feira as leis contra homossexuais aprovadas em vários países durante o último ano e alertou sobre os “efeitos muito tóxicos” que podem ter sobre a vida de muitas pessoas.
Clark, em mensagem por ocasião do Dia Internacional Contra a Homofobia e a Transfobia, que acontece amanhã, assegurou que os direitos do coletivo Lésbico, Gay, Bissexual, Transgênero e Transexual (LGBT) são uma preocupação para todos os que trabalham na área do desenvolvimento.
“As pessoas não podem se beneficiar do progresso no desenvolvimento se suas vidas estão definidas pela desigualdade, a exclusão e políticas que lhes tratam como abaixo de seus iguais”, denunciou Helen.
Nesse sentido, a representante da ONU lembrou que no último foram aprovadas “perigosas leis antiLGBT” em vários países, legislações que podem “estimular a homofobia e a transfobia e ter efeitos muito tóxicos na vida das pessoas”.
“Essas leis transformam o coletivo LGBT em bode expiatório e distraem a atenção dos verdadeiros desafios sociais e de desenvolvimento que os países enfrentam”, opinou.
Clark não mencionou nenhum país em seu comunicado, mas nos últimos meses foram aprovadas leis que punem a homossexualidade em Uganda e na Nigéria, assim como polêmicas leis consideradas homofóbicas por muitas organizações em outros lugares, como a Rússia.
“As leis antiLGBT estão baseadas na suposição incorreta de que a homossexualidade representa um risco para o tecido social de um país. As provas não demonstram isto. Em países que descriminalizaram as condutas sexuais com o mesmo sexo não se viu nenhuma ameaça à instituição do casamento ou do bem-estar das crianças”, lembrou Clark.
Pelo contrário, a administradora do Pnud manifestou que essa normalização “foi um passo-chave para dar uma oportunidade às pessoas LGBT historicamente oprimidas de florescer e participar plenamente como membros respeitados da sociedade”.
No trecho das “boas notícias”, a administradora do Pnud destacou a recente sentença do Tribunal Supremo da Índia que reconheceu os transexuais como “um terceiro gênero”, uma medida com a que se pretende terminar com sua discriminação.
Helen Clark aproveitou a celebração da data para reiterar o compromisso da ONU com todas as medidas destinadas a fazer com que todos possam “viver sua vida livre de medo, discriminação, violência, homofobia ou transfobia”. EFE
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