ONU diz que Síria aceita interromper bombardeios sobre Aleppo por 6 semanas
Nações Unidas, 17 fev (EFE).- O governo da Síria aceitou suspender durante um período de seis semanas os ataques aéreos e o fogo de artilharia sobre Aleppo, a maior cidade do norte do país, anunciou nesta terça-feira o enviado da ONU para a Síria, Staffan de Mistura.
A data de início dessa pausa será divulgada em breve em Damasco, disse De Mistura aos jornalistas após uma reunião com portas fechadas no Conselho de Segurança das Nações Unidas. O enviado da ONU viajará para a capital da Síria por esse motivo.
Além disso, o diplomata italiano adiantou que a ONU solicitará às forças da oposição que também suspendam o fogo de morteiro e o lançamento de foguetes em Aleppo durante um período similar.
A cidade está atualmente dividida, com bairros controlados por rebeldes e outros nas mãos do governo. Nos últimos meses, De Mistura concentrou seus esforços nessa cidade.
O objetivo do enviado da ONU é transformar o local em uma “área livre de conflito”, que depois possa se estender para outras regiões da Síria, em uma nova tentativa de se buscar a paz.
No entanto, De Mistura evitou ser excessivamente otimista e garantiu que só os “fatos no terreno” poderão dizer se haverá sucesso.
“Sejamos francos: não tenho ilusões porque, com base nas experiências passadas, isso vai ser difícil de se conseguir”, advertiu.
O anúncio da ONU acontece precisamente depois que nas últimas horas o Exército sírio iniciou uma operação ao norte de Aleppo para bloquear uma das principais vias para o abastecimento de provisões aos rebeldes, que leva à Turquia, e onde pelo menos 95 pessoas morreram, informaram ativistas.
O Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH) disse que pelo menos 45 insurgentes de nacionalidade síria e 50 efetivos governamentais morreram nos combates desde a última madrugada.
O OSDH não descartou que o número de mortos possa ser superior, porque há informações não confirmadas de que 20 combatentes estrangeiros da Frente al Nusra, uma ramificação da Al Qaeda na Síria, e de outros grupos também teriam morrido.
De Mistura, que visitou recentemente o presidente sírio, Bashar al Assad, aproveitou sua presença na sede da ONU para “esclarecer” alguns comentários que fez à imprensa na semana passada sobre o papel do governante nas negociações para o fim do conflito.
O diplomata destacou que o que disse é simplesmente que “o governo, que tem capacidades aéreas e de artilharia, deve ser parte de qualquer esforço para reduzir a violência contra os civis”. EFE
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