Otan nega ter violado acordo com a Rússia por reforço de tropas no leste

  • Por Agencia EFE
  • 03/04/2014 15h04
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Bruxelas, 3 abr (EFE).- O secretário-geral da Otan, Anders Fogh Rasmussen, negou nesta quinta-feira que a Aliança tenha violado seus acordos com a Rússia por decidir aumentar sua presença militar no leste europeu perante a intervenção russa na Ucrânia e acusou Moscou de violar seus compromissos internacionais.

“Não violamos a declaração de Roma e estou na realidade surpreendido que a Rússia diga que a Otan violou seus compromissos porque a Rússia está violando cada princípio e compromisso internacional que assumiu”, disse Rasmussen à imprensa depois de se reunir com o recém nomeado primeiro-ministro estoniano, Taavi Roivas.

A Otan decidiu na terça-feira passada desenvolver “com urgência” medidas para reforçar sua defesa coletiva, que poderiam incluir envios ou o reforço de soldados militares no leste da Europa.

Essas medidas poderiam abranger a revisão dos exercícios de formação em curto prazo, o aumento do nível de disposição das forças da Otan e a revisão e atualização de seus planos militares.

O ministro de Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, afirmou hoje que a Rússia espera que a Otan esclareça sua anunciada intenção de aumentar sua presença militar nos países do leste europeu porque violaria os acordos bilaterais alcançados em 1997.

O acordo base que regula as relações entre Otan e Rússia estabelece que os países integrados na Aliança após 1997 (12 antigos membros do bloco do Leste, incluídas as três bálticas ex-soviéticas) não podem acolher grandes contingentes militares, lembrou o chefe da diplomacia russa.

“Dirigimos as correspondentes perguntas à Aliança Atlântica. Esperamos receber uma resposta baseada no total respeito das regras pactuadas entre nós”, ressaltou o titular das Relações Exteriores.

A Otan “não recebeu tais perguntas da Rússia: sinceramente isto é outra parte da propaganda e desinformação russas e está baseado em uma interpretação sem fundamentos da ata de fundação OTAN-Rússia que acordamos em 1997”, respondeu Rasmussen.

Na ata, a Otan prometeu sustentar sua defesa coletiva com o reforço de tropas em vez de com o estabelecimento permanente de forças de combate e “isso é exatamente o que estamos fazendo”, assegurou o secretário-geral da Aliança. EFE

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