Para Dilma, investigação sobre corrupção na Petrobras “pode mudar o Brasil”
Rio de Janeiro, 16 nov (EFE).- A presidente Dilma Rousseff afirmou neste domingo na Austrália que a investigação do caso de corrupção da Petrobras “pode mudar o Brasil para sempre” e representar o fim da impunidade.
Dilma, que está em Brisbane por conta da cúpula do G20, falou em público sobre o escândalo na Petrobras pela primeira vez.
“Acredito que a questão da Petrobras é simbólica para o Brasil. É a primeira investigação efetiva sobre corrupção no Brasil que envolve segmentos privados e públicos”, declarou a presidente, em entrevista coletiva.
A presidente defendeu a companhia petrolífera como instituição, frisando que não se pode miná-la, mas sim os envolvidas no caso de corrupção.
“Não se pode pegar a Petrobras e condenar a empresa. O que nós temos de condenar são as pessoas. Pessoas dos dois lados, os corruptos e os corruptores”, ressaltou.
Dilma também manteve esse tom em relação às construtoras.
“Não acho que dá para demonizar as empreiteiras desse país. São grandes empresas, e se A,B, C ou D, praticaram malfeitos, atos de corrupção ou de corromper, acho que pagarão por isso”, disse.
Para a presidente, a Operação Lava Jato, aberta em 17 de março pela Polícia Federal e que investiga um esquema de lavagem de dinheiro e evasão de divisas a fim de alimentar uma rede de corrupção para o pagamento de propinas a políticos e partidos, é um divisor de águas.
“Acho que isso pode mudar, de fato, o Brasil para sempre. Em que sentido? No sentido de se acabar com a impunidade. A maioria absoluta dos membros da Petrobras, os funcionários, não é corrupta. Agora, há pessoas que praticaram atos de corrupção dentro da Petrobras”, declarou.
Desde que a operação começou, diretores da Petrobras e de algumas das maiores construtoras do Brasil foram detidos. Segundo as investigações, a rede de corrupção movimentou entre 2006 e 2014 cerca de R$ 10 bilhões em superfaturamento de obras e contratos da Petrobras.
Parte das investigações são baseadas em declarações do ex-diretor de Abastecimento da empresa Paulo Roberto Costa, detido no começo da operação e que aceitou colaborar com a justiça em troca de uma redução de pena. EFE
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