Para o Irã, o maior êxito é o reconhecimento de seus direitos nucleares

  • Por Agencia EFE
  • 03/04/2015 04h50
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Teerã, 3 abr (EFE).- O reconhecimento internacional do direito iraniano a um programa nuclear pacífico é o maior êxito contido no pacto alcançado entre Teerã e as potências do Grupo 5+1, segundo afirmou nesta sexta-feira seu vice-chanceler e uma das principais figuras na negociação, Abbas Araqchi.

O diplomata analisou assim em entrevista à televisão iraniana o conteúdo do pacto alcançado ontem à noite entre seu país e o grupo formado por Estados Unidos, China, França, Reino Unido, Rússia e Alemanha, e que estabelece os princípios para criar daqui a três meses um acordo definitivo que ponha um fim no conflito suscitado pelo programa nuclear de seu país.

Araqchi se mostrou “definitivamente” satisfeito pelo pacto, que permitiria ao Irã manter parte de seu plano nuclear, embora muito reduzido e sob uma estrita vigilância internacional, sem precedentes, além da suspensão das sanções econômicas que pesam sobre o país.

“O outro lado simplesmente buscava construir confiança no sentido de que o Irã não progrediria rumo a uma dimensão militar da energia atômica, e nós nos movimentamos para assegurar-lhes esse aspecto. Em troca exigimos as legítimas e básicas reivindicações da República Islâmica, a mais importante delas é o reconhecimento internacional de nosso programa nuclear”, detalhou.

Para Araqchi, a estratégia política empregada pelos iranianos desde que Hassan Rohani assumiu o comando do governo há 17 meses foi a de “ganhar-ganhar”, na qual as preocupações do outro lado “também foram respeitadas”.

A equipe negociadora iraniana liderada pelo ministro das Relações Exteriores, Mohamad Javad Zarif, retornou na primeira hora de hoje a Teerã após nove dias de intensas negociações na cidade suíça de Lausanne.

Por enquanto, nem o líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, a mais alta figura política e religiosa do país, nem Rohani se pronunciaram sobre este plano.

A expectativa é que hoje, sexta-feira, dia de oração, as autoridades religiosas encarregadas do sermão falem do assunto nuclear, como fazem habitualmente, no que se costuma interpretar como a opinião do influente clero xiita, ao qual pertencem tanto Khamenei como Rohani, em relação às questões políticas. EFE

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