Parlamento argentino quer ouvir empresas com contas não declaradas no HSBC

  • Por Agencia EFE
  • 07/04/2015 22h51

Buenos Aires, 7 abr (EFE).- Uma comissão do parlamento argentino que investiga supostas manobras de evasão denunciadas pelo Fisco argentino convocará titulares de empresas com contas não declaradas na filial da Suíça do banco britânico HSBC e que integram a chamada Lista Falciani, que revelou que a entidade abrigou contas de supostos evasores.

O titular da comissão, o deputado governista Roberto Feletti, disse hoje a meios de comunicação locais que o grupo iniciará as citações pelas dez primeiras empresas que figuram na lista de 4.040 contas enviada ao Fisco argentino.

O parlamentar antecipou que, além disso, querem ouvir especialistas do setor financeiro e responsáveis de organismos reguladores para que deem sua opinião sobre o tema.

Em declarações à emissora “C5N”, Feletti disse que entre as empresas que supostamente têm contas não declaradas perante o Fisco argentino estão a operadora de televisão a cabo “Cablevisión”, a empresa de telecomunicações Telecom e a fabricante de cimento Loma Negra, entre outras.

“Há empresas muito importantes, que funcionam neste país há muitos anos. Temos que perguntar por que têm uma conta na Suíça e, o que é mais grave, se essa conta provém da evasão fiscal”, disse o deputado governista.

O parlamentar disse que na lista há contas de empresas do setor de alimentos, de eletrodomésticos, operadoras de energia e casas de câmbio, entre outros setores.

A comissão investigadora já escutou na semana passada o titular do Fisco argentino, Ricardo Echegaray, que perante os legisladores acusou o HSBC de “possibilitar, armar e desenvolver uma plataforma para enganar à Argentina”.

A denúncia que foi rejeitada “enfaticamente”, também perante os parlamentares, pelo presidente do HSBC na Argentina, Gabriel Martino.

Echegaray assegurou que essas manobras permitiram a evasão de US$ 3,5 bilhões.

A filial suíça do banco britânico HSBC é investigada depois que a chamada Lista Falciani – vazada pelo ex-funcionário Hervé Falciani – revelasse que entre 2006 e 2007 a entidade abrigou contas de 130.000 supostos evasores fiscais de todo o mundo. EFE

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