Parlamento argentino ratifica polêmico acordo econômico com a China

  • Por Agencia EFE
  • 25/02/2015 22h50
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Buenos Aires, 25 fev (EFE).- O parlamento argentino ratificou nesta quarta-feira um polêmico acordo de cooperação econômica e de investimentos com a China, que é questionado pela oposição e suscita preocupação entre os industriais locais.

O acordo, que agora fica à espera da sanção presidencial, já tinha recebido o sinal verde do Senado argentino em dezembro do ano passado e hoje recebeu ratificação na Câmara dos Deputados, graças a maioria governista, com 133 votos a favor e 108 contra.

O convênio, assinado em meados do ano passado, desperta controvérsia principalmente no que diz respeito à adjudicação direta a empresas chinesas de obras de infraestrutura na Argentina que contem com financiamento de origem chinesa e às condições de entrada de mão de obra do país asiático.

Em defesa do pacto, o governo alega que permitirá a chegada de investimentos milionários ao país.

A votação de hoje também incluiu a aprovação, por 133 votos a favor e 107 contra, de um projeto que autoriza a instalação de uma estação espacial chinesa na província de Neuquén.

“Aqui não há nenhuma associação estratégica. Há um conto chinês de mau gosto que não só repete a especialização primária da Argentina, economizando postos de trabalho em um contexto de destruição de emprego, mas ameaça compromissos geopolíticos que põem em jogo nosso território”, disse durante o debate o deputado opositor Claudio Lozano, do partido Unidade Popular.

Por sua parte, o deputado José Ignacio de Mendiguren, da opositora Frente Renovadora, afirmou que o acordo prevê a entrega “do futuro do desenvolvimento argentino” já que não garante uma mudança da “matriz produtiva” da Argentina.

Pelo contrário, para o presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados, o governista Guillermo Carmona, o acordo permitirá “o acesso de divisas para melhorar no curto prazo a balança comercial com a China” e “modernizar a indústria argentina, aumentar sua concorrência e competitividade”.

Segundo Carmona, o convênio também aumentará o “volume do valor agregado das exportações argentinas” ao país asiático.

Nesta terça-feira, a União Industrial Argentina (UIA), a maior patronal do país, voltou a mostrar sua “preocupação” em relação ao convênio “pelos efeitos negativos que a implementação de dito acordo possa ter sobre a produção e o emprego nacional”.

A China é o segundo parceiro comercial da Argentina, depois do Brasil.

De acordo com os últimos números oficiais disponíveis, nos primeiros nove meses de 2014 a Argentina exportou à China produtos no valor de US$ 4,3 bilhões, com uma queda de 9% em relação ao mesmo período de 2013, enquanto importou do gigante asiático o equivalente a US$ 8,2 bilhões, com uma baixa anualizada de 2%. EFE

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