Perante novo aumento de casos, ONU adverte que ebola não está controlado
Genebra, 5 fev (EFE).- O enviado especial do secretário-geral da ONU para o ebola, David Nabarro, advertiu nesta quinta-feira que a epidemia ainda não está sob controle, apesar da redução dos casos recentemente, uma tendência que se reverteu na semana passada com um aumento da contaminação em Libéria, Serra Leoa e Guiné, os três países mais afetados pela doença desde o início.
Já o representante da Organização Mundial da Saúde (OMS), Bruce Aylward, explicou que no recente aumento dos casos foi notado que o vírus percorreu “longas distâncias”, de centenas de quilômetros, desde Monróvia e de outras regiões da Libéria e de Guiné, até áreas próximas às fronteiras com o Senegal e Mali.
“A queda na quantidade de casos deu a falsa impressão de que isto continuaria e que chegaríamos a zero, mas advertimos que isto não era o que ia ocorrer”, lembrou.
Na semana passada, foram registrados 124 novos casos: 80 em Serra Leoa, 39 em Guiné e cinco na Libéria, frente aos 65, 30 e zero, respectivamente, na semana anterior.
Bruce Aylward apresentou um gráfico que mostrava uma curva em claro declive desde o pico alcançado no terceiro trimestre de 2014 – em particular em setembro, quando foram contabilizados 800 novos casos por semana -, mas no qual se observa a leve alta da semana passada.
“Não é o que queremos ver apenas dois meses antes da temporada de chuvas”, disse.
O representante da OMS garantiu que o vírus do ebola mantém suas características e não apresenta mutações genéticas que dificultem as ações dirigidas a deter a epidemia.
“Não há evidência neste momento de que haja alguma mutação associada ao vírus do ebola, que tenha alguma característica que complique a resposta ou a forma como é transmitido”, destacou em entrevista coletiva.
Pesquisadores do Instituto Pasteur, na França, informaram recentemente que o vírus estava mudando, o que acionou os alarmes pelo risco da mudança na forma de contágio, que se produz unicamente por contato direto com fluidos corporais. EFE
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