Petrobras diz que compra de refinaria de Pasadena “não foi bom negócio”

  • Por Agencia EFE
  • 15/04/2014 16h04
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Brasília, 15 abr (EFE).- A presidente da Petrobras, Graça Foster, admitiu nesta terça-feira que a questionada compra da refinaria de Pasadena (Estados Unidos) foi um mal negócio para a estatal e disse que a aquisição foi decidida com informações incompletas passadas por um diretor da empresa.

“Hoje, olhando aqueles dados, não foi um bom negócio, não pode ser um bom negócio. Quando você tem de tirar do seu resultado, não há como reconhecer que tenha feito um bom negócio. Isso é inquestionável do ponto de vista contábil”, afirmou a presidente da maior empresa do Brasil em uma audiência no Senado para responder sobre denúncias de corrupção.

De acordo com Foster, o projeto prometia ser de grande interesse para a Petrobras no início, mas se transformou em um ativo com baixa possibilidade de retorno e lhe causou perdas de US$ 530 milhões.

A executiva atribuiu o negócio à direção anterior e esclareceu que o Conselho de Administração da Petrobras autorizou a compra após receber um relatório de um diretor que omitia informações sobre cláusulas prejudiciais para a empresa.

Foster aceitou comparecer ao Senado para prestar esclarecimentos já que os partidos da oposição realizam gestões para instaurar uma comissão parlamentar com amplos poderes para investigar essas denúncias de corrupção.

A compra da refinaria está sendo investigada pela Polícia Federal, pelo Tribunal de Contas da União (TCU) e pelo Ministério Público (MP).

A presidente da empresa afirmou que a direção da área internacional da empresa cometeu um falha ao não mencionar as cláusulas que obrigavam a empresa brasileira a adquirir a totalidade da refinaria em caso de algum desacordo com a Astra Oil.

“Em nenhum momento no resumo executivo ou na apresentação do power point feita pela direção da área internacional na época foram citadas tais cláusulas”, assegurou Foster, quem disse que o responsável pelo relatório foi transferido a um cargo de nível baixo.

Foster disse que o valor pago pela Astra pela refinaria superou várias vezes os US$ 42,5 milhões citados inicialmente.

“Pelo menos pagaram US$ 360 milhões pelos 100% da refinaria e nós pagamos US$ 885 milhões, incluindo juros e honorários por um processo judicial”, afirmou.

Acrescentou que a Petrobras desembolsou no total US$ 1,25 bilhões, mas esclareceu que esse preço inclui os ativos e as reservas que a empresa tinha, além de uma intermediária que se encarrega de distribuir os combustíveis.

Sobre outras denúncias contra a empresa, Foster assegurou que para a Petrobras foi uma “grande vergonha” a detenção o mês passado de seu ex-diretor de Abastecimento Paulo Roberto Costa em uma operação contra uma organização acusada de lavagem de dinheiro e corrupção.

A presidente disse que a empresa está revisando todos os contratos intermediados por Costa, por quem disse não poder responder por tratar-se de um diretor da antiga administração. EFE

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