Petrobras reafirma que refinaria nos EUA foi mau negócio e nega corrupção

  • Por Agencia EFE
  • 30/04/2014 15h57

Brasília, 30 abr (EFE).- A presidente da Petrobras , Graça Foster, falou nesta quarta-feira na Câmara dos Deputados sobre a compra de uma refinaria nos Estados Unidos e reforçou ter se tratado de um mau negócio e que não houve irregularidades, como acusa a oposição, e disse confiar que o prejuízo será revertido.

“As perdas da Petrobras com a refinaria de Pasadena (EUA) podem ser recuperadas total ou parcialmente”, declarou Foster em audiência na comissão parlamentar de Fiscalização Financeira.

A presidente da Petrobras admitiu que a empresa teve perdas de cerca de US$ 500 milhões, e a que a oposição acusa de ser o dobro disso.

A operação foi aprovada em 2006 pelo Conselho de Administração da Petrobras, na época dirigido por Dilma Rousseff enquanto era ministra da presidência no governo de Lula.

Foster reiterou hoje que, com o tempo, a compra se revelou um “péssimo negócio”, apesar de as perspectivas de então serem “promissoras”.

Ela explicou que a empresa pretendia centrar em Pasadena o refino de seu petróleo pesado, que perdeu mercado desde a aquisição.

“Era importante para a Petrobras ter um parque de refino no exterior para o petróleo pesado” que representava a maior parte de sua produção, e “as expectativas eram muito positivas”, explicou.

No entanto, assinalou que depois da aquisição as condições do mercado mudaram, assim como a produção da Petrobras, que passou a se concentrar no petróleo leve de alta qualidade descoberto no pré-sal.

A própria Dilma lembrou que a compra da refinaria foi aprovada pelo Conselho de Administração da Petrobras em uma só reunião e sem que os documentos apresentados pelos técnicos citassem duas cláusulas lesivas para a empresa.

A metade do capital da refinaria foi adquirida pela empresa belga Astra Oil por US$ 360 milhões, apesar dessa empresa tinha pago um ano antes US$ 42,5 milhões por ela.

A Petrobras foi depois forçada a desembolsar outros US$ 820 milhões pela outra metade do capital, por causa de uma cláusula que a obrigava a adquirir os 50% restantes caso houvesse divergências entre os sócios.

Essa cláusula e outra que obrigava a Petrobras a garantir um lucro mínimo à Astra Oil enquanto compartilhassem a refinaria, independente dos resultados, não foram apresentadas ao Conselho de Administração, admitiu Foster.

Apesar disso, a presidente da Petrobras negou que haja indício de corrupção e garantiu que as perdas sofridas pela empresa com essa operação podem ser revertidas, pois a refinaria continua operando.

A oposição batalha para instalar semana que vem uma comissão parlamentar de inquérito para investigar todos os negócios da Petrobras nos últimos anos. EFE

ed/cd

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