Polícia prende 19 ativistas que promovem protestos contra Copa
Rio de Janeiro, 12 jul (EFE).- A Polícia Civil do Rio de Janeiro deteve neste sábado, na véspera da final da Copa do Mundo, 19 ativistas de grupos que promovem protestos contra a competição, suspeitos de participação em atos violentos.
Os militantes, incluindo um professor de história, são acusados de comprar fogos de artifício utilizados em uma manifestação ocorrida no início deste ano e que provocaram a morte do cinegrafista Santiago Andrade.
Entre os presos está a estudante Elisa Quadros Pinto Sanzi, a Sininho, que se destacou por participar de diferentes protestos no ano passado e considerada uma dos líderes dos “Black Block”. Ela foi detida na casa do namorado em Porto Alegre, em uma operação auxiliada pela Polícia Civil do Rio Grande do Sul, e será trazida ainda hoje para Rio de Janeiro. A ação foi realizada em cumprimento dos mandados de prisão temporária expedidos pela 27ª Vara Criminal do Rio.
Conforme os delegados responsáveis pela operação, nas casas dos acusados foram apreendidos máscaras contra gás lacrimogêneo, uma pistola, material explosivo e memórias de computador que registram as comunicações dos militantes.
A polícia nega que a operação tenha como objetivo impedir que os militantes reforcem os protestos previstos para acontecer amanhã durante a final da Copa, disputada entre Argentina e Alemanha no Maracanã, no Rio de Janeiro. Os protestos, dois deles no entorno do estádio (na Praça Afonso Pena e Praça Saens Peña, ambas na Tijuca), estão programados para acontecer durante todo o domingo em diversas cidades.
Segundo a organização de direitos humanos Justiça Global, as detenções foram ordenadas na quinta-feira passada e cumpridas apenas na véspera da final para impedir que os militantes participem dos protestos do domingo. As detenções por período mínimo de cinco dias e em um dia em que os defensores públicos não trabalham “evidenciam o propósito único de neutralizar, reprimir e amedrontar aqueles e aquelas que têm feito da presença na rua uma das suas formas de expressão e luta por justiça social”, disse a organização em comunicado.
Alguns militantes Black Bloc são investigados por possível responsabilidade na morte do cinegrafista Santiago Andrade, ocorrida em fevereiro quando cobria uma manifestação no centro do Rio de Janeiro.
Apesar de terem perdido a força nas últimas semanas, os protestos contra a Copa estão entre as principais preocupações das autoridades. Ontem, secretário de Segurança Pública do estado do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, anunciou que amanhã acontecerá “a maior operação de segurança que a cidade e o país viram”, e prevê a mobilização de 25.787 policiais.
Além de possíveis enfrentamentos entre torcedores e incidentes pelo excessivo consumo de álcool, as autoridades temem que Black Block se infiltrem nas manifestações, inicialmente pacíficas, e promovam atos de vandalismo como os ocorridos o ano passado na final da Copa das Confederações também na Maracanã. EFE
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