Poluição ameaça extinguir rã gigante do lago Titicaca

  • Por Agencia EFE
  • 25/04/2015 14h53
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La Paz, 25 abr (EFE).- A rã gigante do Titicaca, uma espécie única no mundo catalogada pela primeira vez pelo oceanógrafo francês Jacques Cousteau em 1969, está morrendo de forma coletiva devido à poluição provocada pelos maciços vazamentos nas margens bolivianas deste lago.

Segundo uma reportagem divulgada neste sábado pela rádio boliviana “Erbol”, os moradores das margens do lago observam com preocupação como dezenas de corpos destes anfíbios começaram a emergir das profundezas do lago, nas quais habitam.

“É necessário que as autoridades do Estado cheguem até aqui e registrem este fato, que pode expandir-se”, declarou à rádio Teodoro Mendoza, um habitante da ilha Pata Patani, uma das áreas mais afetadas.

O lago Titicaca, partilhado por Bolívia e Peru e considerado o mais alto do mundo por estar a quase 4.000 metros sobre o nível do mar, recebe através do rio Katari vazamentos procedentes da cidade de El Alto, uma das mais povoadas do país andino e que na última década cresceu de forma descontrolada.

Resíduos hospitalares, industriais e substâncias líquidas procedentes dos lixões urbanos fluem diariamente à bacia do lago, cujas águas adquiriram um tom verdoso e uma textura oleosa, ao que se soma o mau cheiro.

A rã ou sapo gigante do Titicaca, cujo nome científico é “Telmatobius culeus”, foi descoberta por Cousteau em 1969 durante suas imersões no lago andino e Bolívia a declarou espécie ameaçada em 1996.

Em setembro do ano passado o governo do departamento de La Paz apresentou um projeto para despoluir o lado boliviano do Titicaca que consiste em instalar em suas margens uma usina de tratamento de águas em uma superfície de 26 hectares, com um custo de US$ 6,5 milhões. EFE

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