Prefeito de Nova Délhi suspende protesto após choques com a polícia

  • Por Agencia EFE
  • 21/01/2014 15h06

Nova Délhi, 21 jan (EFE).- Após passar a noite ao ar livre, o prefeito recém-eleito de Nova Délhi, Arvind Kejriwal, suspendeu nesta terça-feira seu segundo dia de protesto, no qual ficaria sentado em frente ao Parlamento indiano como forma de reivindicação pela inação e corrupção da polícia – controlada pelo governo nacional -, após os choques entre seus partidários e as forças de segurança.

Kejriwal tomou essa decisão depois que as autoridades promoteram investigar com caráter de urgência os policiais que não atuaram perante abusos contra mulheres, disse aos meios de comunicação.

“Se alguma outra mulher for atacada em Délhi, voltaremos aqui”, advertiu.

Kejriwal fez o anúncio após o início dos enfrentamentos entre a polícia e centenas de seus simpatizantes que trataram de ultrapassar as barricadas instaladas no centro da capital indiana e que limitavam o acesso ao local do protesto.

O prefeito, que passou a noite ao ar livre, tinha denunciado que os manifestantes tinham sido isolados, o que impedia a chegada de mantimentos, e nesta tarde tinha dado um ultimato às autoridades até no domingo para que atendessem seu pedido.

O novo prefeito tinha advertido que caso contrário, convocaria uma manifestação na qual participariam “centenas de milhares de pessoas”.

“Alguns dizem que sou um anarquista e que estou propagando a desordem. Estou de acordo de que sou um anarquista, vou criar a anarquia para (Sushil Kumar) Shinde”, o ministro do Interior, disse ontem Kejriwal perante centenas de seguidores.

“Que democracia é esta? Quero pedir ao povo que venha em massa. Como o ministro do Interior pode dormir quando ocorrem tantos crimes em Nova Délhi? É um ditador? Não negociaremos”, disse o prefeito.

O protesto, unido às preparações do Dia da República no domingo, tinha provocado grandes engarrafamentos no centro da capital, onde foram desdobrados 4 mil policiais.

Para evitar o caos em Nova Délhi, o corpo policial tinha pedido que Kejriwal protestasse em um local onde costumam ser realizados esse tipo de atos, mas ele se negou.

“O prefeito decide onde se sentar, não o ministro do Interior”, replicou.

Estes protestos se produzem apenas um mês depois que o Partido Aam Admi (AAP, Partido do Homem Comum), liderado por Kejriwal, chegou à Prefeitura de Nova Délhi, ao se transformar, com um ano de vida, na revelação das eleições realizadas em dezembro.

O AAP, apoiado por um discurso anticorrupção e de alto conteúdo social, obteve 28 das 70 cadeiras em jogo e se uniu para formar Governo com o Partido do Congresso, com 8, pois o Bharatiya Janata Party, com 32, se negou a governar em minoria. EFE

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