Presidente argentina pede a credores de dívida para “cobrá-la agora”

  • Por Agencia EFE
  • 14/12/2014 00h10

Buenos Aires, 13 dez (EFE).- A presidente da Argentina, Cristina Kirchner, pediu neste sábado aos credores da dívida para “cobrar agora”, já que o país sul-americano tem “os dólares para dar a eles” e se mostrou satisfeita com o frio recebimento do mercado à oferta argentina de comprar antecipadamente títulos de dívida que vencem em 2015.

“Há uma semana o ministro (de Economia) Axel Kicillof convocou os credores do Boden 2015, para que venham cobrar os US$ 6,7 bilhões”, disse Cristina durante seu discurso em comemoração do 31º aniversário de democracia ininterrupta na Argentina.

E daí o que aconteceu? (Os investidores) preferiram ficar. Só 2% reivindicaram dólares e 4% mudaram o Boden 15 pelo Boden 24″, detalhou sobre os resultados da proposta argentina.

Kicillof informou na sexta-feira que o Governo só obteve solicitações no valor de US$ 185 milhões, dos US$ 6,7 bilhões no total, para liquidar antecipadamente os títulos de dívida e que apenas credores de US$ 377 milhões aceitaram trocá-los por papéis de 2024.

Segundo analistas, o Governo esperava que a troca proporcionasse divisas que servissem para fortalecer as reservas do Banco Central para o ano eleitoral que se aproxima, perante a dificuldade para obter créditos no exterior por causa do litígio judicial nos Estados Unidos com fundos especulativos que rejeitaram reestruturar dívida em moratória desde 2001.

Cristina voltou a atacar os fundos especulativos que se viram favorecidos pela Justiça americana com uma decisão que obriga a Argentina a pagar US$ 1,3 bilhão e que provocou que o país fosse declarado em falta de pagamento técnico pelo bloco de vencimentos de dívida desde junho passado aos credores que se acolheram às trocas de 2005 e 2010.

“Os (fundos) abutres estão perdendo algumas penas”, destacou Cristina ao defender a postura argentina, que se nega a acatar uma decisão que considera “ilegal” e “injusta” com 92,4% dos credores que aceitaram reestruturar sua dívida. EFE

mcg/ma

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