Protestos contra caricaturas de Maomé deixam 5 mortos no Níger

  • Por Agencia EFE
  • 18/01/2015 00h28
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Redação Central, 18 jan (EFE).- Cinco pessoas morreram neste sábado na capital do Níger, Niamey, em protestos pela publicação de caricaturas de Maomé na revista satírica francesa “Charlie Hebdo”, informou o presidente do país, Mahmadou Issoufou.

As vítimas estavam em várias das pelo menos seis igrejas e bares incendiados em Niamey, segundo o governante.

Issoufou elevou, além disso, de quatro para cinco os mortos em protestos similares ocorridos na sexta-feira em Zinder, a segunda maior cidade do Níger.

Segundo pôde constatar a Agência Efe no local, pelo menos seis igrejas foram incendiadas na capital este sábado, embora várias testemunhas tenham aumentado o número para pelo menos uma dezena.

Nesta nova jornada de protestos, um número indeterminado de pessoas ficaram feridas pelos confrontos entre os manifestantes e as forças da ordem que usaram gás lacrimogêneo.

Os manifestantes incendiaram a casa do ministro das Relações Exteriores nigerino, Mohammed Bazoum, presidente do Partido Nigerino Para a Democracia e o Socialismo atualmente no poder, sem aparentemente causar vítimas.

Meios de imprensa privados informaram da detenção de cinco ulemás, mas nenhuma fonte oficial o confirmou.

Também várias lojas de venda de bebidas alcoólicas, locais de jogo de azar, dois veículos da Polícia e pneus foram incendiados, o que provocou nuvens de fumaça visíveis desde vários pontos da cidade.

Perante os novos distúrbios e igrejas incendiadas, os ulemás muçulmanos do país pediram calma através da rádio nacional, e que os manifestantes mostrassem a “tolerância do Islã e que convivessem em paz com a comunidade cristã”.

Este apelo foi divulgado após uma reunião entre os teólogos muçulmanos com o primeiro-ministro do Níger, Brig Rafini, e os ministros de Interior, Hassouni Massaoudou, e de Justiça, Marou Amadou.

O mundo muçulmano, tanto em seu ramo majoritário sunita como no minoritário xiita, reagiu com ira à publicação do último número da “Charlie Hebdo”, reproduzido por vários jornais europeus e que consideraram uma provocação. EFE

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