Ratos vacinados contra doença de Chagas têm resposta positiva em longo prazo

  • Por Agencia EFE
  • 14/05/2015 16h01
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Madri, 7 mai (EFE).- Uma vacina experimental pode induzir a imunidade em ratos em longo prazo contra o parasita que causa a doença de Chagas, conforme um estudo publicado nesta quinta-feira na revista “PLOS Pathogens”.

Causada pelo Trypanosoma cruzi e transmitida através das fezes do barbeiro (inseto), é uma das doenças tropicais mais comuns e, até agora, não existe uma vacina eficaz. A fase aguda da doença é relativamente suave, mas é seguida de uma fase crônica que é mais perigosa e durante a qual os parasitas se instalam principalmente no coração e no estômago do indivíduo infectado.

Aproximadamente, um terço das pessoas com esta enfermidade desenvolve graves problemas cardíacos ou complicações no aparelho digestivo muitos anos após da infecção inicial. Apesar de o ideal ser uma vacina que previna a infecção por completo, uma que evite as complicações durante a fase crônica poderia eliminar os maiores problemas da doença.

Uma equipe da Universidade do Texas já tinha provado que uma vacina com três proteínas do parasita conseguia fazer com que os ratos mantivessem um baixo número de parasitas durante a infecção aguda e que não apresentassem sinais de inflação nos tecidos musculares. Agora, no novo estudo, os pesquisadores comprovaram os ratos vacinados podiam manter a proteção em longo prazo.

Os roedores foram vacinados com uma combinação de duas das proteínas do Trypanosoma cruzi, chamadas TcG2 e TcG4, reveladas como as mais potentes para gerar uma resposta imune das células T e dos anticorpos. As vacinas foram aplicadas em duas fases. Além disso, alguns ratos receberam um reforço da imunização três meses depois.

Os pesquisadores comprovaram que quando um rato vacinado se infectava quatro meses depois, era capaz de manter um número de parasitas duas ou três vezes menor do que os que não tinham recebido a vacina. Aqueles que receberam o reforço da imunização tinham uma resposta ainda mais potente, de modo que a quantidade de parasitas era cinco vezes menor do que nos não vacinados.

A imunidade induzida pela vacina diminuía ligeiramente seis meses depois do reforço, mas mesmo assim era o bastante para conseguir um maior controle dos patógenos invasores, o que “deveria ser suficiente para quebrar o ciclo de transmissão do parasita e prevenir os sintomas de doença crônica nos indivíduos vacinados”.

Os cientistas concluíram que a vacina proporcionava uma resposta imune das células T em longo prazo contra o Trypanosoma cruzi e que o reforço da imunização “poderia ser uma estratégia eficaz para manter ou aumentar a imunidade protetora induzida pela vacina contra a infecção por Trypanosoma cruzi e a doença de Chagas”.

Os próximos passos dos estudos clínicos em humanos, segundo sugerem os especialistas, incluem a caracterização da qualidade e quantidade de imunidade na vacina para indivíduos sem exposição prévia ao parasita. EFE

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