Constantino: Filho de Bolsonaro na embaixada dos EUA é forma de corrupção e presente de aniversário
O presidente Jair Bolsonaro confirmou na noite desta quinta-feira (11) que pode indicar um de seus filhos, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), como embaixador do Brasil nos Estados Unidos. “Seria um embaixador inteligente”, elogiou durante transmissão ao vivo nas redes sociais. “Ele fala inglês e espanhol, há muito tempo roda o mundo todo, goza da amizade dos filhos do presidente Donald Trump, para quem torço para ser reeleito no ano que vem. Existe a possibilidade, depende do garoto.”
“Eu acho péssima ideia, acho um escárnio com o país. Está explicado porque a embaixada americana, que é a mais importante do Itamaraty, permaneceu sem embaixador por meses. O presidente estava esperando seu filho completar 35 anos, que é a idade mínima. Isso cheira a nepotismo, que é uma forma de corrupção. Patrimonialismo é o presidente encarar o governo como uma extensão da sua casa, o puxadinho da família. Isso é uma coisa dinástica, que a Arábia Saudita faz, Saddam Hussein faria, que Fidel Castro faria. É péssimo e a justificativa é pior ainda: fala inglês e espanhol e é amigo dos filhos do Trump. Quer dizer, Bolsonaro ainda não entendeu o papel de uma diplomacia. Na verdade, Eduardo tem um inglês sofrível e ser amigo dos filhos de Trump não diz nada. Em qualquer empresa isso seria visto como absurdo e não seria aceito. O Eduardo tem postura de conflito e a diplomacia exige o contrário. Isso é absurdo, parece um presente de aniversário de pai pra filho que fere completamente o espirito republicano do país. Eduardo não tem experiencia nem perfil”, comentou Constantino.
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