Constantino: Queda no número de greves é consequência da reforma trabalhista
O número de greves está despencando no Brasil. Um número do DIEESE (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), houve uma queda de 40% na quantidade de paralisações só neste ano.
“É um dado muito impressionante, alguns economistas ficaram perplexos mas, em partes, eu acho que é esperado. Desde a reforma trabalhista, essa é uma tendência que vem acontecendo: chegou a um pico de mais de duas mil paralisações há três anos atrás, veio caindo e se estabilizou em mais ou menos mil por ano, o que é um nível baixo. Muito dessa queda recente se deve à reforma trabalhista, que começou no governo do ex-presidente Michel Temer. Com o fim do imposto sindical e maior flexibilização do mercado de trabalho realmente asfixiou bastante o caixa desses grandes sindicatos que viviam de esquema com muita politização e tudo.
É importante entender que, primeiro, greve é um direito do trabalhador e uma bandeira liberal, assim como a sindicalização. Pode procurar um sindicato para achar que isso vai te dar mais força nas negociações, com os patrões, com as empresas, e isso tudo você, eventual ente, usando como arma, como instrumento de pressão, você pode decidir com a sua categoria, com o grupo que faz parte desse sindicato, você pode resolver ir para o caminho da greve para tentar pressionar por aumento de salário. Tudo isso é legítimo e liberal. O que não é? Quando você faz greve apenas por motivos políticos e partidários e quando você obriga pessoas a entrarem nessa greve, ou seja, você impede, por ameaça ou intimidação, os trabalhadores que não querem aderir, a também paralisarem. Isso é um histórico de muitas greves que existiam no Brasil.
Esses sindicatos poderosos, que não tinham adesão voluntária, você era obrigado a pagar, contribuir com esse sindicato, e totalmente ligados a partidos a partidos de extrema-esquerda, usavam isso para a politização. Com a reforma trabalhista, o caixa desses sindicatos foi muito apertado, eles não tem mais como bancar esse tipo de greve – muitas delas eram de professores municipais, onde esses sindicatos agiam dessa forma – e isso se esvaziou.
Além disso, nós ainda temos mais de 12 milhões de desempregados no país. Tem uma categoria que ficou mais para trás, está com o salário mais defasado, mas não consegue esse tipo de pressão para poder fazer greve pressionando porque tem um contingente enorme de pessoas loucas para assumirem seus cargos. Essa é a dura realidade do país.
Mas o mais importante para entender aqui é: os sindicatos, que eram politizados, que tinham adesão obrigatória, e não voluntária, estão com muita dificuldade, e isso tem se mostrado positivo para o país. Então esse é mais um efeito vantajoso da reforma que começou no governo Temer.”
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