Rodrigo Constantino: Caos venezuelano atinge novos patamares
Uma reportagem do GLOBO desta segunda-feira (11) relatou a crescente pressão para Guaidó decretar intervenção estrangeira na Venezuela.
Após um inexplicado apagão geral que durou dias e várias mortes relacionadas a essa sombria situação, o caos venezuelano atingiu novos patamares ainda mais insuportáveis.
O senador americano Marco Rubio tuitou sobre a tragédia, alertando que o país mergulhava em sua pior fase desde o começo da crise, gerada pelo regime socialista.
Diante desse quadro, muitos acham que não basta decretar “Estado de emergência nacional”. Eles pedem a Guaidó com desespero nas redes sociais e atos políticos nas ruas é que seja aplicado o artigo 187, que dá à Assembleia Nacional o poder de autorizar ações militares estrangeiras no país.
O presidente da AN evitou falar em prazos e alertou sobre o risco de que essa opção termine em “sangue”. Mas a demanda social é cada vez mais intensa, num país onde a falta de energia elétrica provoca um colapso hospitalar, bancário, no setor de transportes, aeronáutico e em todo o funcionamento da economia e da vida cotidiana.
A estratégia de Guaidó não deu resultado. Os militares continuam sustentando Nicolás Maduro. Se nossos militares não vão ajudar o povo a enfrentar essa tragédia humanitária, que sejam os estrangeiros, está permitido pela Constituição, assegurou o jurista José Vicente Haro, que já foi preso pelo governo chavista.
A solução militar estrangeira não é trivial, envolve vários riscos, pode retirar credibilidade do novo governo e abrir perigoso precedente para que China e Rússia adotem medidas similares em seus quintais. Mas, diante do impasse e da cumplicidade dos militares venezuelanos ao regime tirânico de Maduro, talvez não reste outra opção mesmo.
É tudo muito triste e tenso, mas não surpreendente. No começo dos anos 2000, vários liberais e conservadores, eu mesmo parte deles, alertaram para o destino inevitável do “socialismo do século 21”, o mesmo daquele do socialismo do século 20: miséria, opressão, ditadura, mortes.
Enquanto não ficar claro quem é o verdadeiro culpado – o modelo socialista – essa tragédia vai continuar se repetindo, ainda que como farsa…
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