Rodrigo Constantino: Desempregados não querem saber de brigas entre Mourão e irmãos Bolsonaro
O Brasil fechou 43 mil vagas formais de emprego em março, segundo dados do Caged divulgados nesta quarta-feira (24) pelo Ministério da Economia. O dado veio abaixo da expectativa do mercado, que estimava a criação de 80 mil vagas, de acordo com centro de estimativas da agência Bloomberg. Foi também o pior mês de março desde 2017. Como comparação, em março do ano passado o saldo foi positivo em 56 mil postos com carteira assinada.
Rogério Marinho, Secretário Especial de Previdência, comentou sobre a notícia negativa: “Cada vez mais importante o País sinalizar que vai combater seu desequilíbrio fiscal e aprovar a nova previdência”. Ele está certíssimo!
A economia está patinando, não sai do lugar, enquanto os analistas rebaixam estimativas de crescimento. O medo vai se instalando, os investidores desistem de retirar projetos da gaveta, com receio do que vai acontecer no futuro.
Todos sabem que a aprovação da reforma previdenciária, sem muita desidratação, é fundamental. A aprovação na CCJ ontem foi boa notícia, claro, mas carrega alertas: já começou a se desidratar antes mesmo de começar o trâmite sobre o mérito.
É preocupante. Ninguém achou que seria moleza, claro. Mas o governo perdeu tempo demais com intrigas internas, com desvio de foco, com uma narrativa de combate à “velha política” e demonizando a articulação com o Congresso como se fosse sinônimo de crime.
O resultado está aí: maiores incertezas sobre qual reforma será efetivamente aprovada, enquanto aqueles que aprovam o governo já estão quase em mesma quantidade do que aqueles que o consideram ruim ou péssimo. E o Brasil tem pressa. Milhões de desempregados não querem saber dos ataques de Carlos e Eduardo Bolsonaro a Mourão. Querem crescimento econômico e emprego!
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