Rodrigo Constantino: Hey, marxistas, deixem as crianças em paz!
O sindicato dos reitores das universidades federais, a Andifes, publicou uma nota na última semana em que expressa preocupação sobre como serão escolhidos os reitores no governo de Jair Bolsonaro. O medo é que o presidente cumpra o que está previsto na lei e, sob nova direção, não respeite necessariamente o resultado das eleições organizadas a cada ano nas instituições, na qual costumam participar professores, alunos e servidores.
Bolsonaro e seus assessores afirmam que as universidades são “redutos de esquerdistas” e, por isso, as “eleições” nas universidades – que, em realidade, são apenas consultas feitas à comunidade acadêmica – estariam viciadas. E alguém duvida disso?
Só para dar um exemplo entre tantos: No total das universidades federais, pelo menos 12 fizeram cursos sobre o “golpe de 2016”, abraçando a tese da esquerda que o processo que levou ao impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff teria levado o Brasil a um estado de exceção. O atual reitor da UFBA, João Carlos Salles Pires da Silva, foi membro da Ação Popular Marxista Leninista; o reitor da UFRJ, Roberto Leher, usou um boné do MST em sua posse no cargo, é filiado ao PSOL e conta com diversos militantes do partido em sua equipe. Em outubro de 2018, dezessete reitores ou vice-reitores de federais assinaram uma carta de apoio ao então candidato à Presidência do PT, Fernando Haddad. Os exemplos são infindáveis.
Bolsonaro, portanto, está certo ao comprar essa briga. Democracia uma ova: isso é um esquema de cartas marcadas entre companheiros comunas! E o novo presidente foi eleito para reverter esse quadro, para enfrentar a doutrinação ideológica em nossas universidades. O reitor não deve ser um preposto do PSTU, do PSOL ou do PT, tampouco um representante do sindicato de reitores ou professores, antros de comunistas. Ele deve priorizar o ambiente de liberdade de ensino com pluralidade dentro das universidades. A universidade federal não pode ser um puxadinho do diretório do PSOL. Parafraseando o Pink Floyd: Hey, marxistas, deixem as crianças em paz!
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