Rodrigo Constantino: País deve ser governado, o que não pode ser confundido com likes
O presidente da República, Jair Bolsonaro , vai iniciar uma série de convites para os partidos participarem oficialmente da base aliada na série de reuniões que fará com presidentes das legendas a partir desta quinta-feira (04). Segundo o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni , a intenção é formar a base para a votação da Reforma da Previdência no plenário da Câmara.
“Para que nós tenhamos uma base constituída, precisamos dialogar. Convidar e abrir a porta: é o que a gente está fazendo. Abrindo a porta para a construção dessa base que vai se expressar na votação da Nova Previdência”, disse o ministro.
Hoje serão recebidos os presidentes do PRB, Marcos Pereira; do PSD, Gilberto Kassab; do PSDB, Geraldo Alckmin; do DEM, ACM Neto; do PP, Ciro Nogueira e do MDB, Romero Jucá. Outros presidentes de partidos serão recebidos na próxima semana. Onyx citou que as conversas ocorrerão com PSL, SD, PR e Podemos.
Essa mudança de tom do governo é fundamental para o sucesso das reformas. Paulo Guedes assumiu maior protagonismo nas negociações e articulação.
Eduardo Bolsonaro publicou em seu Twitter a favor de articulações políticas, expressão que virou palavrão e sinônimo de corrupção para a militância bolsonarista. É bom saber que já se pode voltar a falar em articulação sem que automaticamente venha à mente uma mala de dinheiro. Sem essa articulação legítima, não haverá reforma previdenciária.
O alerta do governador de SP, João Doria, em entrevista à Folha nesta quarta, é crucial: “Se não for aprovada até a metade do ano, ela dificilmente vai ser aprovada no segundo semestre. O adiamento já refletirá uma perspectiva ruim. A inflexão do Brasil será sem a reforma da Previdência e com a reforma da Previdência. Sem: caos econômico e social, impondo aos mais pobres a perda de empregos e o empobrecimento das ações sociais de municípios, estados e do governo federal. Ninguém escapa. Todos mergulharão no caos. Todos, sem exceção”.
Espera-se que essa essência de confronto perpétuo do bolsonarismo, como se estivesse em eterna campanha, possa ser domado, ao menos temporariamente e até a aprovação da reforma. Há um país a ser governado, o que não pode ser confundido com likes nas redes sociais ou o barulho da militância.
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