Rodrigo Constantino: Postura de certos jornalistas em nada ajuda na imagem da imprensa
Difícil falar de outra coisa além da chacina na escola em Suzano. Em primeiro lugar, meus sentimentos aos familiares e amigos das vítimas. Meu foco aqui será o abjeto oportunismo dos desarmamentistas, e também a postura inaceitável de parte da imprensa.
Os cadáveres ainda estavam quentes quando vários formadores de opinião e políticos postavam mensagens condenando as armas ou mesmo Bolsonaro pela tragédia. O desrespeito para com as vítimas é simplesmente ultrajante. Isso é atitude de crápula, de abutre. Os responsáveis eram adolescentes: não podem comprar armas legalmente. Tinham com eles armas brancas e explosivos ainda. As leis continuam duras para posse e mais ainda para porte, e não houve sequer tempo hábil para mudança. Como culpar as armas pelo crime?
Houve “jornalista” que resgatou foto de Bolsonaro fazendo sinal de arma com criança no colo, dando a entender que ele é o culpado. Uma chamada chegou a mencionar diretamente o presidente, insinuando que sua política de armas teria ligação direta com o atentado. É tudo muito nojento!
A mesma postura foi adotada na cobertura da prisão dos assassinos de Marielle. O fato de um deles ser vizinho do presidente foi usado e abusado pela mídia, como se vizinhança agora fosse indício de cumplicidade. É isso que faz a imprensa perder credibilidade e dar margem aos ataques pérfidos e oportunistas dos sites bolsonaristas.
Aliás, a própria cobertura da morte de Marielle chama a atenção: pelo grau de atenção, ficamos com a impressão de que mataram o presidente, não uma vereadora relativamente pouco conhecida. É que Marielle virou uma ideia, foi canonizada por ser socialista, negra e lésbica. Os jornais poderiam dedicar ao menos 10% de atenção ao atentado que quase tirou a vida de Bolsonaro, não?
Enfim, a postura de certos jornalistas em nada ajuda na imagem da imprensa.
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