Rodrigo Constantino: Privatize já! Tudo!
A Petrobras informou nesta terça-feira (16), na reunião com o governo, que pretende se desfazer de metade de suas refinarias. O processo de venda começaria a partir de junho.
O presidente da estatal, Roberto Castello Branco, defende que a empresa reduza sua participação no setor para estimular a concorrência. A medida faz parte também da estratégia já anunciada pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, de promover um choque de energia barata. Hoje a Petrobras concentra 99% do mercado de refino.
Isso sim, é uma boa notícia que deve ser celebrada, não a intervenção do governo no preço do diesel. O estado não deve ser empresário, deve vender tudo. Alguns acreditam no mito de que empreendedores só querem lucro rápido e não entrariam em projetos grandes como uma refinaria. Mas isso é falso.
O empreendedor quer maximizar o valor do seu ativo, e isso depende da geração de fluxo de caixa ao longo do tempo. Quem estudou finanças e análise de empresas sabe que quase sempre o grosso do valor está na “perpetuidade”, não no fluxo dos próximos anos, até porque empresas precisam investir seu caixa para continuar crescendo.
Os acionistas, portanto, precisam focar no longo prazo para aumentar o valor presente do seu ativo. Já os políticos que administram empresas estatais pensam na reeleição, e por isso não se importam em dilapidar o valor do ativo em troca de populismo eleitoral.
É justamente o contrário do que diz o “senso comum”, então: empreendedores focam no longo prazo e no uso racional do ativo, enquanto governantes ignoram o longo prazo e adotam visão míope, de olho em dividendos políticos. Refinaria estatal é aquela que a Petrobras petista acertou construir com o ditador venezuelano. Vale a pena?
Sobre ninguém construir grandes projetos se não for o estado, a história do capitalismo refuta tal tese. Basta ver a enorme quantidade de projetos gigantescos nos Estados Unidos, incluindo ferrovias transnacionais, gigantes de petróleo, até empresa aeroespacial, tudo feito pela iniciativa privada, sem qualquer participação estatal.
Resumo da ópera: privatize já! Tudo!
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