Rohani: Sanções dos EUA danificam o clima, mas não rompem com diálogo nuclear

  • Por Agencia EFE
  • 30/08/2014 13h24
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Teerã, 30 ago (EFE).- O presidente iraniano, Hassan Rohani, disse neste sábado que as novas sanções econômicas aprovadas pelos Estados Unidos danificam o clima negociador, mas não romperão o diálogo nuclear.

“O que os (norte) americanos fizeram não está bem. Não corresponde com o espírito das conversas e da negociação e aprofunda a desconfiança entre nós. Não é construtivo e não ajuda”, assegurou Rohani em entrevista coletiva em Teerã, mas afirmou que o Irã seguirá sentado na mesa das negociações.

O líder ressaltou que “as sanções impostas ontem não vão prejudicar as negociações em si mesmas, mas sim um dos pilares fundamentais da negociação, que é a confiança”.

Rohani voltou a denunciar que as medidas contra seu país, impostas pela comunidade internacional pelas dúvidas que gera seu programa nuclear, são “ilegais”, especialmente as que afetam remédios e produtos farmacêuticos, que qualificou de “crime contra a humanidade”.

Questionado sobre sua assistência à próxima reunião da Assembleia Geral da ONU em Nova York, Rohani indicou que ainda não decidiu se irá e negou que tenha previsto um encontro com o presidente americano, Barack Obama.

Durante a última Assembleia Geral manteve com ele uma conversa telefônica, no primeiro diálogo direto entre presidentes de ambos países em décadas.

Em relação às negociações nucleares, o líder disse que os “Estados Unidos é o único país do G5+1 (os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU mais Alemanha) que tem dúvidas”.

“Sentimos que os sete países querem resolver o problema”, manifestou, ao mesmo tempo que afirmou que todo mundo sabe que o sistema de sanções “foi uma decisão errônea que não funcionou, não foi boa para ninguém”.

“Vai ser uma negociação dura, há três ou quatro assuntos complicados que ainda têm que resolver”, reconheceu, apesar de se sentir “otimista” com relação ao acordo no prazo pactuado, antes do final de novembro.

O presidente aproveitou também para fazer apuração das conquistas de sua presidência, centrando-se sobretudo nas questões econômicas, entre as quais destacou a redução da inflação de mais de 40% a 23,2% e a diminuição do não crescimento de -6,7% a -1,1% no último ano.

Para finais do próximo ano fiscal, que no Irã acaba em março, prometeu que a inflação será só de um dígito.

Olíder recalcou as medidas para aumentar o investimento em desenvolvimento e a melhora da eficiência de água em usos agrícolas, o aumento da capacidade de produção de gás e na agricultura e a melhora do acesso ao sistema sanitário público.

Além disso, o líder ressaltou os esforços de seu governo para melhorar as relações com o resto do mundo, especialmente com os países vizinhos, e fez uma chamada para que a comunidade internacional se una para lutar contra o terrorismo, usando como exemplos os conflitos do Iraque e Síria.

“Qualquer país que peça nossa ajuda para lutar contra o terrorismo a terá”, disse.

No entanto, o líder descartou “colaborar ou coordenar com os Estados Unidos” nesse sentido, concretamente no caso do Iraque, onde ambos têm interesse em derrotar o grupo islamita sunita Estado Islâmico (EI), que tomou o controle de amplas zonas desse país e na Síria.

Rohani quase não fez referência a aspectos culturais ou sociais, nos quais, apesar de suas promessas eleitorais, não conseguiu avançar em seu ano de mandato e se limitou a destacar o apoio do governo aos avanços no campo da ciência. EFE

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