Rússia e Irã acordam construção dois novos reatores nucleares em Bushehr
Moscou, 11 nov (EFE).- A Rússia e o Irã assinaram um acordo nesta terça-feira para a construção de dois novos reatores nucleares na usina iraniana de Bushehr (Golpo Pérsico), com a opção de mais dois.
O documento foi assinado durante uma cerimônia oficial em Moscou pelo chefe da agência nuclear russa, Rosatom, Sergei Kirienko, e seu colega da Organização de Energia Atômica do Irã, Ali Akbar Salehi.
Seguidamente, a Rosatom emitiu um comunicado no qual ressalta que o projeto, incluindo a provisão de equipamentos e de combustível nuclear, estará sob o controle da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).
Além disso, acrescentou a agência, da mesma forma que o primeiro reator nuclear da história iraniana construído pelo consórcio russo Atomstroiexport em Bushehr, este projeto estará em estrita consonância com o regime de não-proliferação nuclear.
Ambos os países também assinaram vários acordos para ampliar a cooperação nuclear com fins pacíficos, como um protocolo que abre a possibilidade para construção de um total de oito reatores nucleares em território iraniano, segundo informam meios de comunicação locais.
Quatro desses reatores seriam construídos não em Bushehr, mas em outras regiões da República Islâmica, segundo o acordo intergovernamental assinado em agosto de 1992.
Segundo o protocolo, o combustível nuclear será fornecido pela parte russa durante todo o ciclo de operação dos reatores e, uma vez usado, deverá ser devolvido à Rússia para seu processamento e armazenamento.
A Rosatom também anunciou que Moscou e Teerã “estudam a viabilidade econômica e a possibilidade de fabricar no Irã elementos de combustível nuclear que seriam utilizados nesses reatores”.
Teerã deseja aumentar a potência de Bushehr desde os atuais mil até os quatro mil megawatts e assegura que deve fazer frente a uma demanda nacional de cerca de 20 mil megawatts.
Em meados de 2013, a Rússia entregou ao Irã o primeiro reator de mil megawatts de potência de Bushehr, projeto que Moscou herdou em 1995 quando a alemã Siemens o abandonou em 1979, após a explosão da Revolução Islâmica.
Desde 1998, o projeto sofreu vários atrasos, devido às suspeitas da comunidade internacional sobre a existência de um programa nuclear militar iraniano.
Om Irã e as grandes potências assinaram há um ano em Genebra um acordo que obriga Teerã a suspender parcialmente as partes mais conflituosas de seu programa nuclear em troca de um levantamento limitado de algumas sanções.EFE
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.