Rússia irá a aniversário de libertação de Auschwitz mesmo sem convite a Putin

  • Por Agencia EFE
  • 21/01/2015 18h49

Moscou, 21 jan (EFE).- A Rússia anunciou nesta quarta-feira que estará representada no mais alto nível nos atos comemorativos do 70º aniversário da libertação do campo de concentração nazista de Auschwitz, apesar de o presidente russo, Vladimir Putin, não ter sido convidado à cerimônia.

“Certamente a Rússia estará representada no mais alto nível” dia 27 de janeiro, disse hoje Vladimir Chizhov, embaixador russo na União Europeia, à televisão local.

Fontes polonesas tinham informado nas últimas semanas que a Rússia estaria representada por seu embaixador na Polônia, Sergei Andreyev.

Recentemente o Kremlin reconheceu que Putin não participaria da cerimônia, mas ressaltou que Moscou dá “uma grande importância” a todos os atos relacionados ao 70º aniversário da vitória sobre a Alemanha nazista, que a Rússia celebrará em 9 de maio.

Já confirmaram presença no ato os chefes de Estado de Alemanha, França, Áustria, Croácia e Polônia, além do rei da Bélgica, Felipe, e sua esposa, Matilde; e dos monarcas da Holanda, rei Willem-Alexander e a rainha Máxima.

A chancelaria russa criticou hoje o ministro das Relações Exteriores da Polônia, Grzegorz Schetyna, por ter declarado a uma rádio local que Auschwitz tinha sido libertada não pelo exército soviético, mas por forças da Primeira Frente Ucraniana.

“Achamos que é preciso deixar de zombar da história e por causa dessa histeria antirrussa faltar com o respeito à memória daqueles que deram sua vida pela libertação da Europa”, assinalou o comunicado oficial russo.

Schetyna afirmou que foram “os soldados ucranianos que abriram as portas do campo e eles que liberaram” Auschwitz em 27 de janeiro de 1945.

Por outro lado, a chancelaria russa lembrou que “é bem sabido que Auschwitz foi libertada por tropas do Exército Vermelho, em cujas fileiras combatiam (soldados de) todas as nacionalidades” da extinta União Soviética.

“É difícil suspeitar de ignorância no caso de um funcionário de tão alto nível como Schetyna. Desde novembro de 1943 a Primeira Frente Ucraniana se chamou de Voronezh e antes de Briansk”, acrescentou.

O museu de Auschwitz-Birkenau foi aberto em 1947 no antigo campo de extermínio, o maior iniciado pelos nazistas, onde entre 1940 e 1945 foram assassinados 1,1 milhão de pessoas, 90% judeus.

Auschwitz-Birkenau foi declarado Patrimônio da Humanidade pela Unesco em 1979, passando a ser um dos principais símbolos do Holocausto no mundo todo.EFE

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