Rússia suspende devolução do armamento que tinha na Crimeia à Ucrânia
Moscou, 15 abr (EFE).- O Ministério da Defesa da Rússia anunciou nesta terça-feira a suspensão da devolução do armamento que a Ucrânia tinha na península da Crimeia para que Kiev não o utilize contra a população do sudeste do país, de maioria de fala russa.
“Observamos com alarme os processos de negociação sobre a provisão de armamento a Kiev. Tememos que esse armamento possa ser utilizado contra a população pacífica que participa das ações de protesto no sudeste da Ucrânia”, assegurou Anatoli Antónov, vice-ministro da Defesa, citado pelas agências russas.
Antonov justificou a decisão nos compromissos internacionais que impedem à Rússia fornecer armamento a lugares de conflito, como, segundo Moscou, é o caso das regiões do sudeste da Ucrânia.
“Por este motivo, o ministro da Defesa, Sergei Shoigú, tomou a decisão de suspender a entrega de armamento e equipes militares que antes pertenciam à Ucrânia”, assegurou.
Antonov indicou que esta medida não afeta à devolução de navios de guerra e aviões.
A dia de hoje, segundo o Ministério da Defesa da Rússia, à Ucrânia se lhe entregaram já 389 blindados, além de oito helicópteros e três navios.
O funcionário russo chamou a seus colegas ocidentais “a mostrar sabedoria e contenção em sua política em relação a possíveis provisões de armamento e equipes militares a Kiev”.
“Quisesse assinalar que estes armamento podem ser empregados contra a população civil. Então ficaria claro a quem culpar pelo aumento da situação no país”, disse.
O presidente interino da Ucrânia, Aleksandr Turchinov, anunciou hoje o começo de uma operação antiterrorista na região de Donetsk, no sudeste do país, epicentro da sublevação das milícias pró-Rússia contra Kiev.
O governo tinha dado um prazo até a manhã de ontem para que os pró-Rússia depusessem as armas e deixassem os edifícios administrativos que mantêm ocupados, dando garantias aos ativistas que não seriam perseguidos judicialmente se acatavam o requerimento das autoridades.
No domingo passado, em mensagem ao país, Turchinov anunciou que o Conselho de Segurança Nacional e Defesa da Ucrânia começaria uma “operação antiterrorista de envergadura com o emprego das Forças Armadas” para restabelecer a ordem nas regiões orientais de país, de maioria de fala russa.
Turchinov denunciou ontem que nas regiões orientais da Ucrânia se repete o mesmo cenário que na península da Crimeia, anexada por Moscou em 21 de março.
O presidente fez essas afirmações durante uma conversa por telefone com o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, ao que propôs lançar uma operação antiterrorista conjunta no leste da Ucrânia com a participação de forças da paz das Nações Unidas. EFE
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