Estudos revelam a relação entre dinheiro e felicidade
Será que o dinheiro traz, de fato, a felicidade? Alguns pesquisadores concluem que não; pesquisas realizadas com ganhadores da loteria, no entanto, revelam que o prêmio trouxe tranquilidade para a vida
Um famoso ditado diz que “dinheiro não traz felicidade” e alguns estudos de economia fazem a mesma negativa. No mais clássico, ganhadores de loteria, um tempo depois do prêmio, relataram que não eram mais felizes do que pessoas que sofreram um acidente grave de carro e ficaram com sequelas. Conclui o estudo: boa ou ruim, nos acostumamos a uma nova situação. Alguém que fica rico de repente, cedo ou tarde, deixa de ser afetado positivamente pelo dinheiro? Mas em 2018, três outros pesquisadores também entrevistaram ganhadores de loteria, que disseram o contrário. A vida nunca foi tão boa como era depois do prêmio. Dinheiro trouxe mais tempo com a família e os amigos, atendimento médico e um trabalho mais satisfatório. Em resumo, uma vida mais tranquila. Um trabalho publicado na semana passada propôs um tira-teima na questão. Um psicólogo da Universidade da Pensilvânia pesquisou 33 mil pessoas e seus sentimentos no dia a dia.
Em horários diferentes, elas responderam várias “perguntas sobre o nível de felicidade no momento”. Por exemplo: “como você se sente agora?” Com 1.7 milhão de respostas, o cientista calculou a felicidade média de cada pessoa e, então, cruzou os dados com a renda.Descobriu que quanto mais dinheiro tinham, mais as pessoas relatavam se sentir bem, não importava a hora. E quanto mais a renda caía, caía o bem-estar. Segundo o professor e autor do estudo, ter dinheiro aumenta a sensação de controle sobre a própria vida. Mais controle, mais felicidade. Ele cita o exemplo do desemprego. Uma pessoa que perdeu o emprego, mas tem uma reserva financeira pode esperar um pouco até aparecer uma vaga melhor. Alguém desempregado e sem dinheiro pega qualquer trabalho. É mais provável que acabe sendo infeliz nele. Outro mito que o trabalho desconstrói é de que dinheiro só tem valor até certo ponto. Se imaginava que depois dos US$ 75 mil por ano, ponto em que a maioria das necessidades de uma família americana é atendida, o nível de felicidade aprumasse. Não aconteceu. Não surgiu um ponto onde o dinheiro deixou de importar. Os resultados, segundo o autor, não são um recado de que as pessoas devem se focar no dinheiro. Dinheiro é mais importante do que se pensava, mas existem outras formas de ter controle sobre a vida como aproveitar o tempo, ver os amigos ou trabalhar no que se gosta.
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