‘Messinomia’: destino de Messi move economia à parte
Incerteza sobre futuro do craque argentino interessa até aos economistas, já que qualquer decisão terá um grande impacto financeiro
Hoje é o primeiro dia em 21 anos em que Lionel Messi não é jogador do Barcelona. Apesar do time catalão ainda ser o favorito para mantê-lo, o futuro do supercraque foi nos últimos meses uma história de suspense para os torcedores não só do Barcelona como de outras equipes e para os fãs de futebol em geral. E também interessa a economistas, já que qualquer decisão de Messi terá um grande impacto financeiro, seja para o Barcelona, seja para outra equipe, caso venha a ser contratado, e até para o maior rival, Real Madrid, ou para o futebol espanhol como um todo. Um efeito que, pelas cifras, pode muito bem ser chamado de “Messinomia”, ou seja, a economia de Messi. Começando pelo salário. No Barcelona, ele recebeu só no ano passado 155 milhões de euros, segundo números oficiais do clube que supostamente vazaram. Algo como US$ 165 milhões ou quase US$ 14 milhões (R$ 68 milhões) por mês.
Pelos números da revista Forbes foi menos, US$ 126 milhões, pouco mais de US$ 10 milhões (R$ 49,7 milhões) mensais. Seja qual for a conta certa, são valores astronômicos, mas que não assustam os candidatos a contratar o melhor jogador do mundo. Nos últimos meses, Paris Saint-Germain e Manchester City também foram especulados. O custo não é uma preocupação, o retorno financeiro de ter Messi no time é imenso. Sozinho, ele gera US$ 118 milhões por ano ao Barcelona, de acordo com cálculos da gestora britânica Diagonal Investments. Dinheiro, por exemplo, de patrocínios, com muitas empresas associadas ao Barcelona de Messi. Também em venda de camisas. Quando Cristiano Ronaldo foi para a italiana Juventus, em 2018, o clube vendeu 500 mil camisas. Considerando que cada uma custa US$ 60, a contratação rendeu US$ 30 milhões só neste quesito. É de se imaginar que o argentino mova cifras parecidas ou maiores.
A saída certamente mergulharia o Barcelona em um momento de incerteza do ponto de vista dos negócios. Com US$ 1 bilhão de euros (US$ 1,19 bilhão) em dívidas, o clube dificilmente teria como repor uma perda destas – precisaria contratar Neymar ou Cristiano Ronaldo, desembolsando centenas de milhões. Os atuais patrocinadores se perguntariam em algum momento se o retorno da exposição seria o mesmo. Por isso, o clube catalão tentou a renovação ainda com o contrato em vigor e segue insistindo para manter o maior ídolo de sua história. Mas se Messi sair, não será o único prejudicado. O Real Madrid, com o rival enfraquecido, correria o risco de desinteresse do próprio torcedor. E caso Messi vá para outro país, disputando outro campeonato, pior para La Liga, o Campeonato Espanhol. O contrato de transmissão da competição na TV está no fim. A renegociação para o ano que vem ainda não começou e, sem seu maior astro, o campeonato perderia poder de fogo para a negociação. O que deve fazer a Espanha, a Europa e o mundo do futebol pararem nos próximos dias para saber o destino do jogador.
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